A indústria dos Esports enfrenta mais um escândalo de grande escala envolvendo a manipulação de partidas. Desta vez, foi revelada a existência de torneios nos quais todos os resultados eram previamente combinados, e, em alguns casos, os participantes sequer eram jogadores reais.
Um cliente estaria disposto a pagar até US$ 480.000 por ano para manter esse esquema, o que expõe um mercado clandestino de partidas fraudulentas em Counter-Strike 2 (CS2). A reportagem é do portal ucraniano gameinside.ua.
Como funcionam os Esports fraudulentos?
Até pouco tempo, muitos duvidavam da existência de esquemas de corrupção tão sofisticados nos esports. No entanto, investigações recentes revelaram que as chamadas “ligas 322”, torneios fraudulentos, são organizadas de maneira sistemática. O principal objetivo dessas ligas é serem reconhecidas pelo Liquipedia, um dos maiores bancos de dados de esports, garantindo uma aparência de legitimidade.
A proposta revelada envolvia a criação de uma liga regular com 24 temporadas por ano, onde todas as equipes seriam controladas pelos organizadores. Isso significa que qualquer pessoa poderia jogar no lugar de jogadores profissionais e que os resultados das partidas seriam previamente determinados. Para viabilizar esse esquema, a chamada “máfia 322” estaria disposta a pagar entre US$ 10.000 e US$ 20.000 por temporada, totalizando os US$ 480.000 anuais.
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Os perigos do mercado
Este novo escândalo reforça a ideia de que a manipulação de partidas se tornou um negócio lucrativo, no qual não apenas os jogadores, mas também os organizadores, lucram ilegalmente. Já houve registros de empresas ucranianas envolvidas nesses torneios, mas esta é a primeira vez que uma proposta direta para participar do esquema vem a público.
Essas ligas são criadas com o único objetivo de lucrar com apostas, e muitas casas de apostas que transmitem esses torneios podem não estar cientes da fraude — ou simplesmente ignoram a situação em prol do lucro.
Uma maneira de identificar possíveis torneios fraudulentos é observar sua presença no Liquipedia e sua ausência em outras plataformas confiáveis de esports. Além disso, torneios suspeitos costumam oferecer prêmios entre US$ 5.000 e US$ 10.000, mas sua verdadeira receita vem da manipulação de apostas, movimentando valores muito maiores.


Conexão com outros escândalos
Este caso se conecta ao escândalo envolvendo o jogador ucraniano w0nderful, da NAVI, e sua antiga equipe, MAJESTY. Um ex-companheiro de equipe o acusou de participar da manipulação de partidas e de colaborar com a Esports Integrity Commission (ESIC), o que pode ter evitado que ele fosse banido. Enquanto outros jogadores da MAJESTY receberam suspensões de dois anos, w0nderful saiu ileso, levantando suspeitas e críticas da comunidade.
A revelação de que os organizadores de manipulação de partidas estão dispostos a investir quantias tão altas para legitimar seus torneios fraudulentos reforça a gravidade do problema. A comunidade dos esports precisa permanecer atenta e denunciar eventos suspeitos, pois a chamada “máfia 322” continua expandindo suas operações.
Veja também nossos vídeos. Neste falamos sobre as recentes punições que a ESIC aplicou em equipes de Counter-Strike 2: