Maior streamer do Brasil e principal voz ativa da comunidade brasileira de Counter-Strike 2 (CS2), Gaules viralizou um corte de sua live comentando a respeito da falta de jogadores negros nos esportes eletrônicos, mas em especial no FPS da Valve.
A resposta para isso, é simples. Segundo ele, o esport ainda é “muito elitizado”, principalmente para o Brasil – país onde carece de coisas básicas para a população de baixa renda.
“Por que a gente não vê pessoas negras jogando nos times? O acesso ainda é muito difícil do CS. A gente vive em um país que a pessoa não tem escola, saneamento básico, saúde, aí vai ter um computador gamer com uma (placa de vídeo) 4090 para jogar CS2? Não tem. É um negócio muito elitizado.” – afirmou o streamer.
Comparando o Counter-Strike com outros jogos, em especial os mobiles, Gaules cita uma clara diferença entre as plataformas. Os jogos de celular se mostram mais democráticos, pelo menor custo para que possam ser jogados. Assim, mais pessoas tem acesso e isso se torna uma porta aberta para jovens se profissionalizarem na coisa.
“No celular, que a maioria das pessoas tem o acesso, você consegue ver muitos jogadores de periferia sendo o melhor do Brasil, porque os caras são foda. Mas aí a barra para entrar seja mais fácil, abrir essa porra para a molecada mostrar o talento e conseguir fazer do esporte eletrônico algo para se viver igual o convencional.” – analisou.
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Finalizando o assunto, Gaules acredita que o Estado seria importante dando essas oportunidades para as crianças de baixa renda e de periferia. Entretanto, ele acredita qu essa porta se abrirá através da iniciativa privada.
“O que não tem muito é essa porta de entrada que o Estado poderia oferecer isso, além de um milhão de coisas que poderia ser feito. Lugares tipo uma academia, onde os meninos pudessem praticar, criar jogos, mexer com internet ou computador de ponta. Essa seria uma oportunidade para as pessoas conseguirem ter chances, nem parecidas, porque nunca seria, mas já é algo. O que falta hoje é um pouco disso. Acredito que um dia vá acontecer com a iniciativa privada mesmo, mas que seria bom (pública), seria.” – concluiu Gaules.
Além de Gaules, o tema já havia sido comentado por outra grande personalidade do cenário, Paulo ‘pvell’ Veloso, fundador do MIBR. Em entrevista exclusiva à Game Arena, pvell contou que idealiza um projeto para desburocratizar o CS. O papo ocorreu durante o GET Rio 2024.
Veja a entrevista abaixo:
Jogadores negros no CS
A falta de jogadores negros no Counter-Strike é notória não só no Brasil, mas também em todo o cenário mundial. No país, temos poucos exemplos, como dos jogadores Alisson, ex-META Gaming e Hardzao, atualmente na paiN Gaming.
Mundialmente falando, apenas o dinamarquês refrezh, ex-HEROIC, conquistou destaque internacional. O jogador tem origem na Somália, país africano.
Vale lembrar que raça pode ser uma opção de cada um e os jogadores podem se considerar negros. Por isso, não incluímos mais nomes na pauta, por dúvidas com relação a qual espaço cada um se identifica. Deixamos esse espaço aberto para os jogadores falarem a respeito.
Assista também nossos vídeos. Neste aqui entrevistamos yungher, estrela do Fluxo Demons, após o título do GET Rio feminino 2024:
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