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CS2: FURIA, Imperial e outros times enviam carta para a Valve sobre novo ecossistema
Counter-Strike 2
Foto: Luc Bouchon/ESL

CS2: FURIA, Imperial e outros times enviam carta para a Valve sobre novo ecossistema

FURIA, Imperial e outras equipes questionam regras do sistema competitivo da Valve e pedem mudanças na estrutura de torneios

Filipe Carbone •
10/02/2025 às 11:04, atualizado há 10 meses
Tempo de leitura: 7 minutos

Um grupo de 22 equipes, incluindo FURIA e Imperial, enviou uma carta à Valve solicitando ajustes no novo ecossistema competitivo de Counter-Strike 2. As organizações apontaram falhas no sistema implementado em 2025 e alertaram que as mudanças podem comprometer a participação de times no cenário profissional.

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Entre as críticas, os times destacaram a dificuldade de ingresso no Valve Regional Standings (VRS), já que a única forma de pontuar é por meio de classificatórias abertas para torneios de elite. De acordo com o grupo, organizadores menores promovem eventos apenas por convite, pois não possuem estrutura para realizar classificatórias abertas.

Além disso, nem todos os torneios de alto nível oferecem vagas por meio dessas seletivas, o que reduz as chances de equipes emergentes pontuarem no ranking. O documento enfatiza que esse sistema cria um cenário desigual, dificultando a ascensão de novos times.

Foto: Helena Kristiansson/ESL

FURIA, Imperial e outros times criticam novo sistema da Valve

As equipes também pediram regras mais claras para a concessão de licenças de torneios. O documento cita casos em que competições perderam ou receberam o status de evento ranqueado após o início dos jogos, afetando diretamente os participantes.

Outro ponto levantado foi a complexidade do modelo de pontuação. Embora a Valve tenha disponibilizado o código do sistema de forma open source, os times alegam que muitos jogadores e organizadores têm dificuldades para interpretar as regras. O grupo sugeriu a criação de uma plataforma centralizada para esclarecer dúvidas sobre o funcionamento do ranking.

A carta termina com um pedido para que a Valve reintroduza as qualificatórias abertas para os Majors, permitindo que qualquer equipe tenha a oportunidade de competir. O documento destaca que o atual sistema não oferece um campo de disputa equilibrado e que, sem ajustes, algumas organizações podem sair do cenário de Counter-Strike.

Leia a carta na íntegra:

Assinado por:
Ninjas in Pyjamas
Metizport
Endpoint
JANO
ENCE
MOUZ
BIG
HAVU
EYEBALLERS
IMPERIAL
LEGACY
FALCONS
OG Esports
3DMAX
9z
FURIA
M80
Monte Esports
Fnatic
GamerLegion
9INE
Aurora

Prezada Valve,

Compartilhamos sua visão de um “Campo de Jogo Igualitário”, onde todas as equipes e jogadores têm a oportunidade de se classificar para um Major com base apenas em suas habilidades. Apreciamos seus esforços para reformular o cenário competitivo, mas acreditamos que o sistema atual apresenta falhas significativas que comprometem essa visão. Como um coletivo, oferecemos este feedback para ajudar a fortalecer a base que vocês construíram.

Classificatórias abertas: A única porta de entrada é pelo Tier 1
Atualmente, se uma equipe não possui pontos no sistema de ranking (VRS), as classificatórias abertas são a única maneira de obter pontuação.

Para os organizadores de torneios (TOs), as classificatórias abertas representam um grande desafio devido à sua escala. Administrar torneios com 512 a 1024 equipes exige um enorme esforço logístico e administrativo para garantir a integridade competitiva, o que significa que apenas os maiores TOs conseguem organizá-las com eficiência. Isso cria uma estrutura em camadas: os maiores torneios oferecem uma pequena chance de um time emergente se destacar, enquanto o nível abaixo opera apenas com convites. Abaixo desse nível, há uma zona morta, onde equipes ficam sem opções enquanto aguardam a próxima classificatória aberta de um evento Tier 1.

Como resultado, qualquer equipe nova e promissora só pode entrar no ranking, paradoxalmente, por meio de eventos Tier 1, que são raros. A menos que o sistema de ranking mude, é necessário criar incentivos mais fortes para que organizadores menores realizem classificatórias abertas.

Revisão de decisões
O status de licenciamento VRS de um torneio precisa ser definido antes de seu início. Já estamos no primeiro mês do ano e vários torneios tiveram seu status de VRS revogado durante a competição, enquanto outros receberam a licença no meio do evento. Essa incerteza gera grandes impactos para equipes e jogadores. No cenário instável do Tier 2, escolher o torneio errado pode significar um longo período na zona morta. Do ponto de vista das equipes, é essencial que essas licenças não sejam concedidas de maneira inconsistente.

Comunicação e complexidade
Damos crédito onde é devido — tornar o código-fonte aberto permitiu que todos compreendessem melhor o funcionamento do ranking e os impactos de cada partida.

No entanto, a indústria de esports reúne pessoas com diferentes níveis de conhecimento técnico e experiência profissional. Apresentar informações cruciais apenas em um repositório do GitHub, escrito de forma altamente técnica, prejudica a acessibilidade de equipes menores e jogadores que não possuem fluência técnica para entender o modelo.

Se os jogadores não conseguirem entender os passos necessários para subir no ranking, ou se os organizadores não souberem se seu torneio atende aos requisitos da licença, deve haver uma plataforma centralizada para esclarecimento de dúvidas. Entendemos que há um custo para criar e manter tal plataforma e estamos abertos a trabalhar com terceiros para viabilizá-la. Atualmente, a falta de clareza tem sido contornada por meio de um “telefone sem fio” global, onde, em alguns casos, as equipes acabam explicando aos organizadores a interpretação mais recente das regras, operando muitas vezes no escuro.

Valve, vocês tomaram uma decisão ousada ao reformular o ecossistema de Counter-Strike, mas o sistema atual não é um campo de jogo nivelado. Para alcançar esse objetivo, é preciso concluir o que foi iniciado. Do ponto de vista de vocês, pode parecer apenas um período de transição para ajustes. Para nós, as equipes, esse período pode significar o fim de nossas organizações de Counter-Strike.

Para oferecer uma solução de curto prazo que nos ajudaria: adicionem novamente as classificatórias abertas para o Major. Permitam que todas as equipes e jogadores tenham a chance de salvar suas carreiras e seus sonhos.


Assista também nossos vídeos. Neste elucidamos algumas dúvidas do público sobre a jogadora zaaz, que também faz parte da Imperial. Confira:

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