Geralmente, quando se fala sobre os impactos do jogo Counter-Strike (CS), os comentários tendem a ser negativos: dores nas costas, esforço excessivo nos pulsos e fadiga ocular.
No entanto, um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Sheffield trouxe uma perspectiva diferente. Segundo os cientistas, o jogo pode melhorar habilidades cognitivas e reduzir o tempo necessário para a tomada de decisões.
O que o estudo analisou?
O objetivo da pesquisa foi avaliar como a experiência com Counter-Strike (CS) influencia a capacidade de multitarefa e a velocidade de processamento de informações. Para isso, foram selecionadas 230 pessoas, divididas em quatro grupos: 77 novatos, 21 iniciantes, 98 jogadores experientes e 34 profissionais, incluindo membros da equipe britânica Endpoint, que recentemente haviam sido colocados na reserva.
Os participantes foram submetidos a testes que mediam a velocidade de reação em tarefas de escolha, como identificar formas ou cores. O experimento foi realizado em duas etapas: a primeira com tarefas padronizadas e a segunda com desafios que exigiam adaptação a diferentes condições.
Os jogadores profissionais demonstraram um desempenho superior em tarefas com regras fixas, superando os novatos em média por 88,94 milissegundos (menos de 0,1 segundo). No entanto, os jogadores experientes (mas não profissionais) tiveram o melhor desempenho nos testes que exigiam adaptação a diferentes tipos de desafios.
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Conclusões do estudo
Os resultados indicaram que os jogadores profissionais processam informações rapidamente e com alta precisão em tarefas repetitivas. Ou seja, quando as regras permanecem inalteradas, eles conseguem escolher a resposta correta mais rapidamente. No entanto, quando precisam alternar entre diferentes tipos de tarefas, sua velocidade de resposta diminui em comparação aos jogadores experientes, que se saíram melhor nesse aspecto.
A conclusão principal é que a experiência em jogos de tiro em primeira pessoa melhora a capacidade de reação e a tomada de decisões em situações complexas. Isso explica por que os jogadores mais experientes tiveram um desempenho melhor do que os novatos nos testes.
Os pesquisadores sugerem que essas descobertas podem ser úteis no desenvolvimento de treinamentos para profissionais que lidam com situações de alta pressão e que exigem decisões rápidas, como médicos, enfermeiros, controladores de tráfego aéreo e operadores do mercado financeiro.
Quem realizou o estudo?
A pesquisa foi liderada por Eleonora Hyde, doutoranda na Escola de Psicologia da Universidade de Sheffield e entusiasta de jogos.
“Jogo videogames há grande parte da minha vida e sempre ouvi pessoas desvalorizando-os como uma perda de tempo. No entanto, como psicóloga cognitiva, sempre me perguntei se havia algo mais nos jogos do que se pensava. Jogos de tiro em primeira pessoa, como Counter-Strike (CS), exigem que os jogadores utilizem múltiplas habilidades cognitivas e tomem decisões em frações de segundo sob forte pressão de tempo”, afirmou Hyde.
A pesquisa também contou com a participação da professora Claudia von Bastian, especialista em psicologia cognitiva, que acredita que mais estudos devem ser realizados para entender melhor os efeitos dos videogames na cognição humana.
Além disso, a Universidade de Sheffield estabeleceu uma parceria com a Universidade de Genebra para investigar o impacto de outro jogo, League of Legends, na psicologia dos jogadores.
Veja também nossos vídeos. Neste aqui o quadro ThuliOpina analisou as recentes mudanças no MIBR: