A Game Arena entrevistou Bernardo ‘BiDa’ Moura no segundo dia de presencial na IEM Rio 2024. O caster foi convidado pela ESL para narrar o torneio de CS2 direto da Farmasi Arena.
O narrador começou o papo falando sobre o retorno a um grande evento de Counter-Strike. BiDa exaltou a participação, mas revelou que a IEM Rio 2024 está sendo um torneio diferente para ele, já que está tendo pouca interação com o público.
“É uma grande honra estar aqui, porque não estive nas últimas IEMs, tanto no Major quanto no ano passado. Sempre acompanhando de longe, lá no VALORANT, e está sendo muito legal. Mas, ao mesmo tempo, está sendo um evento diferente para mim. A gente só entrou para narrar os playoffs, só na arena, então não tem aquele feedback direto da galera de casa.”
“E até agora tive pouco contato com o público, porque eu só venho, faço o jogo e, quando acaba, o dia meio que termina. Como eu narro o segundo jogo do dia, no primeiro eu fico poupando minha garganta, fazendo exercícios e tudo mais para entregar a melhor narração possível.”
“Mas, mesmo assim, é um evento internacional, e sinto falta de estar mais no palco, ver a galera enquanto narro. Isso faz muita diferença. Ainda assim, é da hora demais ouvir minha voz ecoar e ver a galera participando junto, é muito maneiro.” – revelou.
Perguntado sobre um possível nervosismo em narrar a IEM Rio 2024, BiDa rechaçou essa possibilidade, pois não está de frente para o público.
“Absolutamente nenhum nervosismo aqui, especialmente porque nem tenho o público olhando diretamente para mim. É como se eu estivesse narrando de casa mesmo. Eu falo, a galera curte o jogo, então está bem tranquilo.” – contou.
Sobre as diferenças que vem sentindo no CS em comparação ao VALORANT, BiDa conta que se sente mais identificado a comunidade brasileira do FPS da Valve.
“Comigo em específico, sinto muito mais a comunidade do CS. Fiquei muito tempo nesse cenário, então a galera me respeita muito mais aqui do que lá no VALORANT. Agora, quando tem Brasil jogando, não importa se é CS ou VALORANT, o público faz barulho. A diferença, talvez, é que o público de CS abraça um pouco mais os outros times.”
“O degster falou em português e, de repente, todo mundo estava junto com ele. Ontem, por exemplo, estava todo mundo apoiando a Vitality. Aí, quando começaram a perder para MOUZ, todo mundo virou contra os caras. O público brasileiro vai na onda, se diverte e faz barulho.” – afirmou.
Apesar de grande momento narrando a IEM Rio 2024, BiDa reclama de estar com poucos trabalhos no CS nesta temporada.
“Essa minha volta ao CS está muito mais “vagabunda”, para ser sincero. Não tenho tantas oportunidades de trabalho. O que aparece, eu faço. Teve o BBB na Sérvia, que foi muito legal, mas não foi narração, foi mais um papo, um estilo diferente.”
“Narrei o GET Rio, o Major, e agora esse evento aqui. Meu ano inteiro se resumiu a três eventos. Estou tentando arrumar narração para o Major no final do ano, essa é a ideia, mas tem sido um ano bem atípico para mim, com pouco trabalho em termos de narração. Fiz algumas lives, brinquei um pouco, mas é muito estranho não ter tantos dias de estúdio ou algo assim.” – desabafou.
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Apesar disso, BiDa elogiou a safra de novos narradores, comentaristas e casters do Brasil no CS, citando RauLes como um grande exemplo.
“Eu me considero aposentado, mano. Se aparece uma oportunidade, eu vou. Mas, fora isso, estou muito tranquilo. E sobre assistir a “nova guarda” da narração no CS, eu vejo que a galera tem muito potencial, é dedicada, estuda bastante, mas não conheço todos pessoalmente.”
“Um cara que não para de falar e que é gente boa demais é o RauLes, tá sendo muito da hora comentar com ele. Eu sou mais quieto, e ele compensa isso. Então, é legal ver essa galera nova se esforçando, porque a narração mudou muito com o tempo, e os caras tiveram que se adaptar para chegar onde estão.” – analisou.
Olhando para trás, BiDa relembra que, quando surgiu a ideia de começar a narrar, ele buscava mais interatividade com o público e a comunidade. Hoje, ele busca trazer mais esse viés de interação com os espectadores.
“Quando comecei a narrar, a ideia era sempre ser eu e um amigo no TS ou Discord, interagindo com o chat. Em 2014, por exemplo, era eu e o TACO comentando, o dead também aparecia, o LUCAS1… A galera adorava. Com o tempo, conforme o CS foi ficando mais profissional, fomos nos distanciando do público e focando em entregar um produto mais técnico.” –
“Mas acho que já ficou claro que o público dos eSports não quer essa seriedade toda. Eles querem mais diversão, então minha ideia, desde o início deste ano, foi trazer mais narração com o chat, menos estúdio, mais interação. Voltar um pouco às minhas raízes, narração com comentarista e interação com o público. Às vezes, nem precisa de comentarista, só eu e o chat já funciona.” – disse.
Finalizando a entrevista, BiDa deixou um palpite se a FURIA será a campeã da IEM Rio 2024.
“Essa parte de “não quero zicar” é muito forte, né? Porque eu sempre chego nos campeonatos com confiança de que o Brasil vai ganhar, mas acaba não dando certo. Estou com medo de acreditar de novo, sonhar e ter minhas asas cortadas. Mas, vou torcer muito pelos caras. Sinto que estamos num momento diferente. É hora de ser campeão, mano. É o momento.” – finalizou.
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