A cena inclusiva brasileira vive momento crítico na questão de investimento. Uma verdadeira debandada se intensificou, deixando um número assustador de jogadoras sem organização para representar. Se viver do jogo nunca foi fácil para esta cena marginalizada, em 2025 parece ainda mais difícil.
Falando dos jogos competitivos de maior sucesso no Brasil, uma trinca não pode deixar de ser mencionada: Counter-Strike 2, VALORANT e League of Legends. Além destes, também vemos o Brasil performar em outros games como Rainbow Six: Siege, Dota 2 e mais.
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Voltando ao famoso trio, é possível afirmar que os três cenários já tiveram uma cena inclusiva muito melhor de saúde no passado. Inclusive, um passado recente. Já nos moldes atuais, é possível contar nos dedos de uma só mão as organizações que mantiveram seus investimentos na modalidade inclusiva, neste ano.
No Counter-Strike por exemplo, sobraram três: FURIA, MIBR e Atrix. A Imperial também tem um time feminino, porém é europeu. Já outros gigantes que abrilhantaram essa cena, como Fluxo, w7m, Black Dragons, paiN Gaming, Vivo Keyd, Isurus, INTZ, não vemos mais por aqui.
Houve um momento em que até organização internacional investiu no país, como foi o caso da OpTic Gaming. O investimento, entretanto, precisou ser descontinuado por uma polêmica que aconteceu na Índia e não tinha nenhuma relação com as brasileiras.
Pelo VALORANT, alguns gigantes também deixaram a cena. Entre eles: LOUD, TBS, ODDIK, w7m, 00Nation, Black Dragons, Vivo Keyd, Stars Horizon, Liberty e outros. Sobraram MIBR, Team Liquid e Stellae.
Se estas duas cenas já estão com sérias dificuldades, outras estão ainda pior. No LoL o cenário demorou para começar, começou muito tímido e hoje há pouquíssima informação – para não dizer nenhuma – sobre a Ignis Cup 2025. Fora o fato de que algumas das melhores jogadoras do país anunciaram que não jogarão mais por enquanto.
No R6 o Circuito Feminino acabou e hoje a Ubisoft conta com uma hub para seguir fomentando o jogo entre as mulheres, de alguma forma.

Não importa para onde voltamos nossos olhares, a situação parece a mesma. Se alguns anos atrás a cena inclusiva começou a esquentar e vislumbrávamos um futuro mais igualitário, a realidade se mostrou outra com tantos passos para trás. E a solução não parece bater a porta.
Ainda assim, a luta continua. Ela precisa continuar. Render-se nunca foi uma opção para as profissionais do meio. Por isso,aquelas que ainda estão e resistem, que fizeram história em torneios Tier S, assim como projetos que nasceram em meio a esse caos, merecem ser celebrados e valorizados.
Veja também nossos vídeos. Neste batemos um papo exclusivo com yungher, considerada a melhor jogadora de CS2 do Brasil em 2024 pelo Prêmio eSports Brasil, que acabou de ingressar no MIBR: