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‘Finalmente, estamos em uma posição em que podemos alcançar o Brasil’, diz CEO da empresa de Guilty Gear
Entrevista
Imagem: reprodução/Arc System Works

'Finalmente, estamos em uma posição em que podemos alcançar o Brasil', diz CEO da empresa de Guilty Gear

São Paulo recebe major de fighting games em Novembro com presença de jogos da empresa

Siouxsie Rigueiras •
11/10/2024 às 03h31, atualizado há 2 meses
Tempo de leitura: 9 minutos

Durante a BGS 2024 (Brasil Game Show), a reportagem da Game Arena* visitou o estande da Arc System Works, desenvolvedora japonesa famosa por fazer jogos de luta como a franquia de Guilty Gear e Blazblue, e entrevistou o CEO (Chief Executive Officer) da empresa sobre o sucesso dos games em solo brasileiro e inclusão do país no Battle Coliseum 2024, campeonato de fighting games.

Minoru Kidooka fundou a Arc System em 1988, na cidade de Yokohama, no Japão, e desde então ganhou o coração dos fãs de jogos de luta, ainda na época dos famigerados arcades; que vieram a estourar no Brasil durante as décadas de 80 e 90.

De lá para cá, os esports se modernizaram com o passar dos anos e foram criando cada vez mais força no país, deixando os clássicos ‘campeonatinhos’ de lojas de videogames e começando a vislumbrar arenas com milhares de players apaixonados.

Arc System Works e o Brasil: uma história antiga

Imagem: reprodução/Arc System Works

Mas… afinal, como a Arc System entendeu que os tupiniquins realmente poderiam ser tão engajados na cartela de jogos da empresa? De acordo com o executivo, é necessário voltar no tempo e entender a história dos fighting games no país para explicar o tema.

“Nós sempre estivemos cientes da comunidade brasileira de jogos e da grande popularidade deles — especialmente na cena de jogos de luta —  por muito tempo. Acho que podemos voltar aos anos 1990, quando a SNK — desenvolvedora de The King Of Fighters, Fatal Fury e Art of Fighting — e outras empresas contribuíram ao trazer jogos de luta para o Brasil e realmente desenvolver o ambiente e a comunidade no Brasil, sendo que, agora, [este investimento] está chegando na maturidade.” (sic)

“Nós, como a Arc System Works, como uma empresa menor, não conseguimos fazer isso no Brasil como outras empresas puderam o fazer. Mas agora, finalmente, estamos em uma posição em que podemos alcançar o Brasil; estamos muito animados em poder conseguir fazer isso”, revela.

Minoru Kidooka, CEO da Arc System Works — Foto: reprodução/Arc System Works
Para Kidooka, “foi uma grande surpresa” conversar com o público presente no estande da BGS e a imprensa local e descobrir que todos conhecem de fato a Arc System Works: “todo mundo que vem aqui sabe muito sobre a empresa e o Guilty Gear, todo mundo nos conhece e sabe sobre nossos jogos”. A paixão brasileira pelos títulos também motiva a desenvolvedora a trabalhar cada vez mais árduamente.

Investimento em esports no Brasil

Foto: Game Arena — Siouxsie Rigueiras

Kidooka explicou que a presença na BGS 2024 é um dos primeiros passos que a empresa está dando para conhecer melhor o público brasileiro e criar mais afinidade com os jogadores. Trabalhar desta forma com os tupiniquins é essencial para ter uma base de players cada vez mais próxima, que é, essencialmente, algo que já existe na cultura da empresa.

De acordo com o profissional, a ideia é ouvir os jogadores para poder levar novidades para a equipe de desenvolvimento, entender o que precisa ser feito e saber qual é o próximo passo para engajar cada vez mais a cena de fighting games no país. Inclusive, nesta quarta-feira (09), a Arc System Works divulgou que Guilty Gear Strive — último game da franquia lançado — contará com atualização de idioma para português do Brasil em 2025.

Guilty Gear e mais títulos no cenário BR

Imagem: reprodução/FGC

Conhecendo o Brasil pela primeira vez, Kidooka explicou o que motivou a escolha de trazer o AWT (Arc World Tour) — circuito de torneios de games da desenvolvedora — para São Paulo, no Battle Coliseum 2024, o maior major da América Latina de fighting games com diversas modalidades do gênero. Aparentemente, já era um desejo antigo do CEO trazer os títulos — como Guilty Gear e Granblue Fantasy Versus Rising — para o público brasileiro disputar em torneios, visto que, os fãs possuem um carinho especial por competições.

“Nós sempre soubemos que tínhamos que vir para o Brasil e finalmente estamos aqui na BGS e, claro, nós também anunciamos a inclusão do Battle Coliseum no AWT. […] Nós sempre queríamos incluir [os campeonatos], não apenas no Brasil, mas na região da América do Sul no geral. É algo que está para acontecer há algum tempo. Nós finalmente conseguimos fazer isso e esperamos que isso deixe todo mundo contente”, conta.

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Popularidade no Brasil

Imagem: reprodução/Arc System Works

Segundo o profissional, ainda existe muito trabalho a ser feito para consolidar o Guilty Gear como uma modalidade de esports em solo brasileiro. O executivo comparou campeonatos de gigantes do mercado de games, tais como a Capcom, que é responsável por fazer jogos como Marvel vs Capcom e SNK vs Capcom, que fizeram e fazem sucesso no país.

“Nós estamos tentando chegar a esse nível e ouvir você falar sobre o Guilty Gear nos deixa orgulhosos de termos chegado ao ponto em que as pessoas estão pedindo o Guilty Gear em vários lugares.”
“Isso é ótimo, mas ao mesmo tempo, quando olhamos os números, nós apenas acessamos 3 milhões de usuários e, se olharmos os títulos das outras empresas, elas têm muito mais [números] em vendas, elas têm um dígito adicional para suas vendas. Nesse sentido, nós temos muito mais trabalho a fazer e iremos continuar a fazê-lo”, pontua.

*Matéria de Siouxsie Rigueiras com apoio de Jéssica Pinheiro.


Se você gostou deste conteúdo em texto, veja também nossos vídeos. Neste aqui, falamos um pouco mais sobre a origem dos esports, confira:

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