Nas escalações titulares dos times de futebol, é raro encontrar dois zagueiros canhotos atuando juntos como uma dupla.
Em coletiva no último domingo (4), Mano Menezes, técnico do Grêmio, tratou do assunto após ser questionado sobre a não utilização de Kannemann e Wagner Leonardo.
Neste conteúdo, a Game Arena traz o depoimento de outros nomes ligados ao esporte sobre o tema e explica os motivos da não utilização de dois canhotos na zaga.
Por que é raro dois zagueiros canhotos formarem uma dupla?
A ideia de ter dois zagueiros canhotos atuando juntos não é aprovada pela maioria dos treinadores de futebol.
Jogadores destros têm mais facilidade em usar a perna não dominante. Assim, mesmo atuando com dois jogadores que possuem o pé direito como preferencial, a dupla segue equilibrada na defesa.
Zagueiros que atuam pela esquerda geralmente permanecem nessa posição específica, e transferi-los para o lado direito costuma gerar desconforto.
O mesmo acontece com laterais: embora não seja raro ver um lateral-direito jogando pela esquerda, o oposto — um lateral-esquerdo atuando pela direita — tende a parecer mais incomum.
A diferença percebida também pode estar relacionada à menor quantidade de canhotos no futebol.
Como os canhotos são menos frequentes, sua perna esquerda se torna uma característica marcante, o que faz com que percebamos com mais clareza quando utilizam o lado menos dominante.
Mano Menezes explica escolha por Jemerson

Com as lesões de Rodrigo Ely e Gustavo Martins, o Grêmio conta, no momento, apenas com o zagueiro Jemerson — que vem sendo questionado pela torcida — como único destro disponível no elenco.
Após a vitória por 1 a 0 diante do Santos, o treinador Mano Menezes falou sobre o assunto ao ser questionado sobre a não utilização dos canhotos Kannemann e Wagner Leonardo juntos.
“Na dupla de zaga é raro. O canhoto, naturalmente, tem uma lateralidade maior, o que às vezes dificulta. Não é só por uma questão de preferência. Por isso, ao longo do tempo, dificilmente você vê um lateral-esquerdo jogando de lateral-direito”, disse.
Apesar de não descartar a possibilidade de um dia utilizar os zagueiros canhotos juntos como dupla, o experiente treinador afirmou preferir seguir com “o que é mais normal”.
“Você tem que mudar o jeito da equipe jogar, porque, senão, ela fica muito torta. Ao ver um jogador canhoto jogando pela direita, o adversário vai induzir a saída de bola sempre pelo lado contrário, e vamos ter dificuldades”, afirmou.
Ex-zagueiro do Vasco defende dois zagueiros canhotos

Em 2021, Ricardo Graça, que atualmente defende o Júbilo Iwata, do Japão, era titular do Vasco ao lado do também canhoto Leandro Castan.
O defensor afirmou que gostava de atuar pelo lado direito do campo, mesmo tendo o pé dominante contrário.
“Gosto de jogar bastante porque minha perna de dentro é a boa, então acho bastantes passes por dentro. Para achar a diagonal ou o facão fica bom, não acho nada surreal”, disse na época.
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