Ex-comandante do Vasco, Ramón Díaz pode retornar ao futebol brasileiro e se tornar mais um técnico estrangeiro na Série A; Argentina e Portugal monopolizam lista
Após demitir o António Oliveira, o Corinthians vem buscando um novo profissional para comandar a equipe na luta contra o rebaixamento. Até o momento, o Timão tem dois nomes claros: um novo técnico estrangeiro, com Ramón Díaz, ou o velho conhecido Fábio Carille, campeão brasileiro pelo Alvinegro em 2017.
Caso Díaz seja o contratado, o Corinthians seria o terceiro clube do técnico estrangeiro no país. Anteriomente, o treinador foi contrato pelo Botafogo, em 2022, mas não conseguiu assumir por conta de problemas de saúde. No ano seguinte, assumiu o Vasco e conseguiu livrar o Cruzmaltino de uma queda à Série B que era dada como certa.
Vale lembrar que Díaz seria o novo técnico estrangeiro da atual temporada da Série A, que em dado momento chegou a ser dividida igualmente entre brasileiros e profissionais de fora (10×10). Contudo, com as demissões de António Oliveira (Corinthians) e Álvaro Pacheco (Vasco), os treinadores “da casa” voltaram a ser maioria.
Para analisar essa polarização nos comandos dos times da Série A do Brasileiro, o Game Arena trará abaixo um conteúdo com um raio-x dos treinadores estrangeiros no país.
Dois países exportadores
Quanto à nacionalidade, o técnico estrangeiro na Série A só pode ser proveninente de dois lugares na atualidade: Argentina ou Portugal. Impulsionados pela valorização do real em detrimento do peso, os treinadores argentinos têm ganho cada vez mais espaço no Brasil, sendo procurados sempre que realizam trabalhos de destaque na América do Sul.
Já a onda de técnicos portugueses se deve muito ao sucesso de um profissional em especial. A passagem de Jorge Jesus pelo Flamengo entre 2019 e 2020 deixou marcas no futebol nacional e fez com que vários clubes entendessem que buscar profissionais europeus sem a barreira da língua seja a melhor opção.
Atualmente, são oito treinadores vindos de fora do Brasil na Série A, sendo quatro de cada lado. Assim, Artur Jorge (Botafogo), Petit (Cuiabá), Abel Ferreira (Palmeiras) e Pedro Caixinha (RB Bragantino) são os representantes lusitanos.
Já Gabriel Milito (Atlético-MG), Juan Pablo Vojvoda (Fortaleza), Eduardo Coudet (Internacional) e Luís Zubeldía (São Paulo) vieram da Argentina para desenvolver trabalhos longevos.
Técnico estrangeiro significa longevidade?
Entre os 20 treinadores da Série A, os profissionais que têm os trabalhos mais longevos são estrangeiros. Líder em dias consecutivos no comando do Palmeiras, Abel Ferreira é o treinador com o trabalho mais longo na elite nacional. No caso dele, o desenvolvimento a longo prazo vem dando resultados para o Verdão, afinal, desde outubro de 2020 já são 10 títulos em 264 jogos.
Outro nome que encabeça a lista dos trabalhos mais longos da Série A é o argentino Juan Pablo Vojvoda. No Fortaleza desde maio de 2021, o treinador já soma três estaduais (2021, 2022 e 2023), duas Copas do Nordeste (2022 e 2024), além de ter comandado a equipe na melhor campanha da história do clube, com o 4º lugar em 2021.
Além deles, Eduardo Coudet e Pedro Caixinha os outros casos de técnico estrangeiro com bons tempos de trabalho à frente dos seus clubes. Caixinha foi contratado pelo RB Bragantino para o início de 2023, enquanto Chacho chegou ao Inter no meio de 2023 para a sua segunda passagem pelo Colorado.
Tendência não se aplica em outras divisões
Entretanto, quando se fala de outras instâncias do futebol brasileiro, a tendência da contratação do técnico estrangeiro não chega a ser presente como na elite nacional. A prova disso é que na Série B de 2024 apenas dois profissionais são de fora do Brasil, sendo, mais uma vez, um português e um argentino.
Comandante do Sport, Mariano Soso chegou ao Rubro-negro com a proposta de revolucionar o futebol apresentado no clube nos últimos anos. Com conceitos mais ofensivos, o treinador levou o Leão ao título estadual em 2024 e às semifinais da Copa do Nordeste. Contudo, na Série B, ainda está devendo e segue pressionado pela torcida por conta do time não estar no G-4.
Também contratado no início do ano, Paulo Gomes é o outro técnico estrangeiro da Série B, ao comandar o Botafogo-SP. Após ter sofrido um momento de grande pressão no início do torneio, Gomes agora viu a sua equipe conquistar 13 dos últimos 15 pontos disputados e subir na tabela da Segundona.
O recorde de “forasteiros” na Série A
Mesmo que Ramón Díaz seja contratado pelo Corinthians, a Série A de 2024 ainda ficará abaixo do recorde do ano com o maior número de técnico estrangeiro no Brasil. Em 2023, em dado momento do campeonato, havia mais “forasteiros” que treinadores nativos. Àquela altura, o Brasileirão tinha 11 estrangeiros no comando dos 20 times.
Técnicos estrangeiros da Série A
Atlético-MG – Gabriel Milito (ARG)
Botafogo – Artur Jorge (POR)
Cuiabá – Petit (POR)
Fortaleza – Juan Pablo Vojvoda (ARG)
Internacional – Eduardo Coudet (ARG)
Palmeiras – Abel Ferreira (POR)
RB Bragantino – Pedro Caixinha (POR)
São Paulo – Luís Zubeldía (ARG)
