Bia Ferreira chega como grande nome da categoria leve feminina do boxe
Imagina com 4 anos de idade “tomar uma decisão” que muda todo o seu futuro. Difícil imaginar isso com uma criança, mas algumas pessoas são predestinadas a conquistar certas coisas e para os mais crentes no destino, a história da boxeadora brasileira Beatriz Iasmin Soares Ferreira, ou simplesmente Bia Ferreira, é um bom exemplo.
Mas muito além de colocar apenas nas mãos no destino, a história de Bia Ferreira na verdade começa com uma inspiração dentro de casa e passa por muita dedicação. A inspiração em si fica por conta do pai, Raimundo Oliveira Ferreira, conhecido no mundo do boxe como Sergipe.
O pai, que era atleta na época, passou também a ser responsável pelos treinos desde o primeiro contato dela com o boxe, que aconteceu depois de tanto acompanhar os treinos e as lutas do pai. Mas logo nos primeiros anos, as primeiras dificuldades. Problemas financeiros, a separação dos pais e uma mudança de estado.
Primeiros passos
As brincadeiras iniciadas aos 4 anos de idade começaram a ficar mais sérias em 2004, quando a familia foi morar em Juiz de Fora, Minas Gerais, depois do seu pai receber uma oferta para ser treinador. Em 2008, seus pais se separaram e ela continuou morando com seu pai para continuar treinando.
Nesse período a atleta não tinha muitas mulheres para praticar nos treinos, restavam então treinar com os homens, o que de certa forma aumentou a resistência dela e logo os primeiros resultados regionais começaram a aparecer em algumas lutas.
Suspensão pesada
Em 2015 ela venceu sua primeira luta no Campeonato Brasilieiro, mas outras atletas acabaram descobrindo que Bia estava treinando kickboxing, o que é proibido pelas regras da AIBA (Associação Internacional de Boxe Amador), que é ligada ao Comitê Olímpico Internacional (COI). As atletas denunciaram a brasileira na Confederação Brasileira de Boxe e ela acabou suspensa por dois anos.
Reviravolta
A grande virada na vida de Bia Ferreira aconteceu em 2016 por conta do projeto Vivência Olímpica, que levava jovens atletas para literalmente ter uma vivência olímpica e a boxeadora brasileira foi um dos 20 atletas brasileiros que foram para as Olimpíadas do Rio 2016 levadas pelo programa.
E a ida aos jogos aconteceu depois dela chamar atenção dos treinadores da Seleção Brasileira após a participação dela nos Jogos Abertos do Interior de São Paulo. Ela passou a ser sparring da medalhista olímpica Adriana Araújo. Daí em diante os títulos passaram a aparecer.
Os mais importantes foram de bicampeã brasileira, campeã sul-americana em 2018 e bicampeã continental (2017 e 2018). Ela também venceu o Pan-Americano de Lima no Peru em 2019 e no mesmo ano se sagrou campeã mundial de boxe. Em seguida, a primeira medalha olímpica com a prata em Tóquio 2020.
E em março de 2023 ela conquistou o bicampeonato mundial no peso-leve, aos 31 anos de idade, depois de vencer a também medalhista olímpica, a argentina Yanina Lescano, por nocaute técnico no sexto round. Logo depois da luta, Bia Ferreira falou com entusiasmo e mirou o próximo passo, o ouro olímpico.
“Agora a meta é ser campeã olímpica. E prometo que a próxima luta vai ser melhor do que essa. Eu não estava nada distraída (por causa da Olimpíada), estava muito focada no cinturão”.
O fato é que ela chega ao menos com moral elevada para a disputa olímpica e escrever mais um capítulo da história que começou aos 4 anos de idade em Salvador, na Bahia.
Assista também nossos vídeos. Neste aqui nosso comentarista Cassio Zirpoli mostra os segredos da medalha das Olímpiadas de Paris 2024! Confira:
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