Não é segredo para quem acompanha o futebol brasileiro que o surgimento do modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF) tem sido tratado como a tábua de salvação para muitos clubes nacionais se salvarem das dívidas ou voltarem a patamares mais competitivos.
Assim, com o encerramento do calendário das divisões inferiores do Campeonato Brasileiro, vários clubes anunciaram a aprovação do modelo ou estão em vias de fazer com que os conselheiros aceitem a transição para a SAF.
Por isso, o Game Arena traçou um panorama com diversos clubes do “lado B” do futebol brasileiro que se tornaram ou estão avançados no processo para se tornarem SAF. Confira!
Portuguesa-SP
De volta à elite do Campeonato Paulista e à Série D, a Portuguesa vê na formação de uma SAF a sua “tábua de salvação”. Longe dos grandes holofotes do futebol nacional desde 2013, quando acabou rebaixada da Série A por conta da escalação irregular do meia Héverton, a lusa corre contra o tempo para aprovar a sua transformação.
Assim, na próxima quarta-feira (13), os sócios da Fabulosa irão se reunir em uma assembleia para definir os rumos do clube, que já tem em mãos uma proposta de R$ 1 bilhão apresentada por um grupo de empresários que prevê a profissionalização dos departamentos para voltar à Série A em 2029.
Ao todo, este investimento seria dividido entre o pagamento de dívidas (entre R$ 250 e R$ 450 milhões), a reformulação do complexo esportivo do Canindé (aproximadamente R$ 500 milhões) e investimentos no futebol na casa dos R$ 260 milhões em cinco anos.
Tupi-MG
Na última segunda-feira (4), o Tupi, clube mineiro que foi campeão da Série D em 2011, aprovou a constituição de uma SAF por unanimidade em Assembleia Geral Extraordinária de sócios convocada pela diretoria do Galo.
Atualmente na Terceira Divisão Mineira e sem calendário nacional desde 2019, o Tupi vive o pior momento de sua história e vê na SAF a oportunidade de quitar suas dívidas estimadas em R$ 20 milhões através de uma recuperação judicial, que possibilite a reorganização do clube para retorno de grandes investimentos no futebol.
Dessa forma, o investimento inicial esperado é de cerca de R$ 20 milhões para o pagamento de dívidas, reestabelecimento do departamento de futebol e reestruturação da base (cerca de R$ 10 mi) e mais R$ 30 milhões divididos em cinco anos para o custeio e manutenção de um centro de treinamentos.
Boa Vista-RJ
O Boa Vista começou a era SAF na última sexta-feira (8). Com novo escudo, a equipe de Saquarema passou a ser administrada pelo grupo Arte da bola, formado por empresários de São Paulo e do Rio de Janeiro, que substituem o grupo português que tocou o Alviverde até o Carioca de 2024.
Com participações na elite do Carioca e a Série D garantida, a primeira movimentação do grupo foi a tentativa da contratação do atacante Vágner Love, de 40 anos, que está no Avaí.
Até o momento, ainda não foram revelados os valores de investimento que serão realizados pelo grupo que assumiu a SAF de Saquarema.
Brasil de Pelotas
Classificado para disputar a Série D de 2025, o Brasil de Pelotas é mais um clube que deve recorrer ao caminho da SAF para o pagamento de suas dívidas e voltar às divisões superiores do futebol nacional.
O processo no time gaúcho, inclusive, deu um passo importante na última terça-feira (5), quando os sócios do clube foram apresentados e aprovaram a continuidade do projeto, que vem sendo encabeçado pela Pluri Sports.
Agora, o próximo passo é uma força-tarefa realizada entre a diretoria do clube e o staff da empresa investidora para mapear todo o passivo da instituição, visando equacionar as dívidas e criar um plano de pagamento através da recuperação judicial.
Paulista de Jundiaí
Campeão da Copa do Brasil de 2005, o Paulista de Jundiaí teve a aprovação da sua SAF realizada na última quinta-feira, em evento realizado no estádio Jayme Cintra, na última quinta-feira (7).
Na ocasião, a compra de 90% das ações da SAF do clube foi efetivada por investidor Pedro Mesquita, que é CEO da empresa de investimentos EXA Capital.
Dessa forma, primeiramente, a empresa chegaria com um aporte inicial para o Galo de R$ 87 milhões, que seriam destinados ao pagamento de dívidas, a reformulação do estádio Jayme Cintra e a construção de um centro de treinamentos.
Atualmente, o Paulista de Jundiaí se encontra na Quarta Divisão do futebol paulista após acesso recente obtido com a conquista da Quinta Divisão. Para isso, o Galo precisou superar o Colorado Caieiras, por 1 x 0, na finalíssima, em setembro deste ano.
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