Manchester United em crise: Entenda o contexto de um dos piores momentos da história dos Red Devils

O Manchester United, um dos clubes mais tradicionais do futebol mundial, atravessa uma de suas fases mais conturbadas desde a saída do lendário técnico Sir Alex Ferguson, em 2013.

Assim, a temporada 2024/25 apenas escancarou problemas acumulados ao longo de mais de uma década, envolvendo instabilidade técnica, gestão contestada, desempenho esportivo decepcionante e perdas financeiras significativas.

Por isso, o Game Arena traz um conteúdo com a análise de elementos que contribuem para esta crise quase sem fim nos bastidores do Manchester United. Confira!

A queda após o auge

A aposentadoria de Sir Alex Ferguson marcou o fim de uma era vitoriosa. Desde a saída do maior treinador da história do clube, o Manchester United se tornou refém de mudanças constantes de técnico, sem conseguir estabelecer um projeto esportivo consistente.

Passaram por Old Trafford nomes como David Moyes, Louis van Gaal, José Mourinho, Ole Gunnar Solskjær, Erik ten Hag e, mais recentemente, Rúben Amorim, Sem que nenhum deles conseguisse ao menos passar perto do brilho do passado.

Apesar de conquistas pontuais, como a Liga Europa em 2017, os Red Devils viram rivais como Manchester City e Liverpool dominarem o futebol inglês e europeu, enquanto acumulava eliminações precoces, campanhas irregulares e elencos desequilibrados.

A tempestade perfeita para o desastre

Com a chegada de Rúben Amorim em novembro de 2024, a expectativa era de que a equipe iniciasse uma reconstrução gradual. Visando retornar aos holofotes e se posicionar novamente entre os principais times da Inglaterra.

No entanto, o desempenho do técnico português ficou aquém do esperado. Ao todo, em 41 jogos, foram apenas 16 vitórias, com 17 derrotas e uma 16ª colocação final na Premier League – igualando o pior desempenho do clube em sua história moderna.

O Manchester United também sofreu nove derrotas em casa, um recorde negativo que evidencia a fragilidade da equipe diante de sua torcida, que ainda viu o rival Liverpool igualar o número de taças como o maior vencedor do Campeonato Inglês.

Dessa forma, na reta final da temporada, a participação na Liga Europa trouxe um alento ao chegar à final, mas a derrota por 1 x 0 para o Tottenham, com gol de Brennan Johnson, confirmou a temporada sem títulos e o fracasso retumbante para a tristeza dos torcedores.

Declarações polêmicas e ambiente conturbado

Em determinado momento da temporada, Amorim se envolveu em polêmica ao ativar o “modo sincerão” e declarar que estava “comandando talvez a pior equipe da história do Manchester United”, o que gerou repercussão negativa entre torcedores e ex-jogadores como Gary Neville.

Embora tenha se retratado posteriormente, o estrago na imagem do treinador já estava feito.

Internamente, há relatos de desunião e insegurança quanto ao futuro de jogadores-chave. O capitão Bruno Fernandes, por exemplo, já admitiu publicamente que poderá deixar o clube caso seja colocado à venda, com o Al-Hilal, da Arábia Saudita, sendo o principal interessado em sua contratação.

Críticas à gestão do Manchester United pela Família Glazer

A família Glazer, proprietária do United desde 2005, vem enfrentando protestos constantes dos torcedores, que acusam os dirigentes de negligência e priorização de interesses financeiros.

O estopim do descontentamento foi a tentativa fracassada de adesão à Superliga Europeia em 2021, que resultou até mesmo na invasão do estádio Old Trafford por torcedores revoltados.

Os Glazers também são responsabilizados pelas sucessivas contratações caras e pouco eficazes, pela falta de uma estrutura moderna e pela gestão administrativa ultrapassada, fatores que contribuem para o abismo entre o Manchester United e os clubes de ponta do futebol europeu.

Impactos financeiros e risco de sanções

A não classificação para a Champions League causou prejuízos significativos, incluindo uma multa de 12 milhões de euros (cerca de R$ 77,4 mi) a ser paga para a fornecedora de material esportivo alemã Adidas, conforme cláusula contratual.

Além disso, o clube corre risco de violação das regras de fair play financeiro da UEFA e da Premier League, devido aos altos montantes gastos em contratações que não geram retorno esportivo, o que pode gerar novas punições esportivas e financeiras.