Nas Olimpíadas de Paris 2024, apesar de ter mantido a escrita de modalidade com mais medalhas na história da competição e ter confirmado mais duas totalizando 26, o judô virou alvo de muitas críticas por conta de algumas regras que culminaram na eliminação dos brasileiros.
A mais polêmica de todas envolveu Rafael Macedo, que perdeu na luta da disputa do bronze do peso médio contra o francês Maxine-Gael Ngayap Hambou, por conta de um hansoku-make, que é dado aos atletas que acumulam três shidos (faltas).
Mas no caso de Rafael não ficou claro o que foi marcado na terceira falta, tanto que nos próprios registros do torneio o último shido aparecia como “indefinido”, mas afinal o que exatamente causou a exclusão do brasileiro?
Em busca de resposta para essa dúvida o Game Arena procurou um especialista no assunto que falou sobre a derrota do Rafael e também da Rafaela Silva, que foi vítima da exclusão por conta de uma irregularidade cometida por ela.
Sérgio Ferreira é praticante de judô há mais de 20 anos. Faixa preta segundo dan pela Femeju (Federeção Metropolitana de Judô), ele também é professor na Escola Cresça e no Minas Tênis Clube de Brasília . Em conversa com a nossa reportagem, ele deu detalhes da polêmica marcação da arbitragem que desfavoreceu o brasileiro.
E surpreendentemente, ele explicou que o brasileiro não cometeu apenas um shido no último lance da luta, mas na verdade foram dois movimentos irregulares.
“Teve duas coisas, a questão dele cruzar a perna na cabeça do francês e a outra situação foi ele pegar por dentro do kimono para fazer a puxada”. Sérgio explicou que foram dois motivos para o shido sofrido pelo brasileiro, que já tinha tomado outros dois e acabou desclassificado.
No caso do momento da perna, que foi a sinalização da arbitragem, ele detalhou que esse movimento de como se fosse uma tesoura, feito sem ajuda das mãos é entendido como falta: “o francês tirou a mão e ele cruzou a perna e levou o shido”.
Rafa Silva
Outra polêmica decisão da arbitragem que irritou os brasileiros aconteceu na luta da categoria leve feminina com Rafaela Silva, desclassificada por um hansoku-make na luta contra a japonesa Haruka Funakubo. Rafa foi punida após tentar uma projeção.
“A primeira coisa que tocou no chão no lance de Rafaela foi a cabeça, independente de qualquer coisa alí ela toma um hansoku-make direto”, disse. Nesse caso não faria diferença ela ter o ou não outro shido e ela foi excluída de forma automática.
Essa regra inclusive consta na atualização feita pela FIJ (Federação Internacional de Judô) em 2022 já visando os Jogos Olímpicos de Paris e no documento está escrito que de fato em casos como esse é dada a desqualificação de forma imediata.
Assista também os nosso vídeos. Neste aqui, nossos comentaristas Celso Ishigami, Cassio Zirpoli e Fred Figueroa analisam a histórica medalha por equipes da ginástica artística. Confira:
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