O São Paulo recorreu ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) para anular o jogo contra o Fluminense, no qual perdeu por 2×0, realizado em 1º de setembro, no Maracanã.
A diretoria são-paulina entende que houve erro de direito do árbitro Paulo César Zanovelli. Portanto, conforme o artigo 259, parágrafo 1º do CBJD, o confronto é passível de anulação.
O clube entrou com uma medida inominada nesta segunda-feira (9) e aguarda apreciação do STJD. Além da remarcação da partida, requer o afastamento definitivo do árbitro.
“O São Paulo peticiona a presente medida inominada em uma defesa do campeonato e da lisura das competições, pois erros como esses têm que ser públicos de forma imediata, não podendo serem objetos de acobertamento por parte da Comissão de Arbitragem.”
A seguir, relembre o caso que deu origem ao questionamento do Tricolor e confira se há precedentes de anulações no futebol brasileiro.
O caso
A polêmica surgiu no lance que originou o gol de Kauã Elias, do Fluminense. Antes disso, Calleri e Thiago Santos disputaram a bola, e o assistente sinalizou falta para os cariocas.
Contudo, o árbitro Paulo César Zanovelli indicou vantagem. No entanto, Thiago Silva não entendeu que houve vantagem e tocou com a mão na bola para cobrar a ‘suposta’ falta.
É importante destacar que Zanovelli não apitou a infração, ou seja, não houve paralisação do jogo. Dessa forma, o São Paulo alega que o ato de Thiago Silva é faltoso.
Outro ponto é que o juiz foi chamado ao VAR para constatar a possível irregularidade, mas validou o gol. O áudio da decisão só foi divulgado pela CBF cinco dias depois.
”Para mim, disputa de espaço entre Calleri e Thiago (Santos). Calleri segura o Thiago, eu dou vantagem da falta do Calleri. Era falta para o Fluminense”, diz Zanovelli.
Em seguida, o árbitro é alertado por um dos auxiliares que Thiago Silva pôs a mão na bola. Apesar disso, confirmou a validade do gol.
”Eu ia dar a vantagem, o jogador (Thiago Silva) para e bate a falta. Eu dou sinal de falta. Deixa rolar, eu falo agora. Vamos seguir. Eu dei a vantagem, eu segui. É gol legal, tá, Igor (Junio Benevenuto, o VAR)?”.
Na avaliação do Tricolor Paulista, porém, quem cometeu a falta foi Thiago Santos em vez de Calleri. Por isso, considera que houve um ‘erro duplo’ por parte da arbitragem do duelo.
Precedentes no futebol brasileiro
A justiça desportiva brasileira não guarda muitos precedentes de anulação de resultados por erros de direito. Mas, em 2019, ocorreu a suspensão de Aparecidense x Ponte Preta.
Nesse episódio, válido pela Copa do Brasil, o STJD julgou que houve interferência externa na anulação do gol da Ponte Preta, marcado no fim do jogo, que lhe dava a classificação.
O jogador da Macaca estava em posição irregular na hora do gol, sendo que o assistente não marcou impedimento. Não tinha VAR em campo. Houve muito tumulto no gramado.
Acontece que a arbitragem voltou atrás – sem qualquer tipo de fundamento – e anulou o tento. Com isso, a Ponte Preta ingressou no STJD e conseguiu reaver um novo duelo.
Além disso, cabe mencionar o caso da ‘Máfia do Apito’ no Brasileirão 2005, em que 11 jogos apitados por Edilson Pereira de Carvalho foram invalidados diante da manipulação.
O próprio presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, relatou que, caso o STJD defira o pedido do São Paulo, causará ‘precedente perigoso para a estabilidade da competição”.
“Aliás, não houve erro de direito, de fato ou qualquer prejuízo ao São Paulo no referido lance. Para que se anule uma partida por erro de direito, além da comprovação do erro (que não houve neste caso), se faz necessária a interferência direta no resultado, o que também não ocorreu”, declarou ao ‘O Globo’.
São Paulo na Série A
Neste momento, o São Paulo ocupa a sexta posição da Série A do Campeonato Brasileiro. O próximo desafio é contra o Cruzeiro, domingo (15), às 18h30, em Belo Horizonte.
Leia mais: Corinthians anuncia contratação do atacante Memphis Depay
