Federação questiona COI por presença de boxeadoras em Paris 2024
A Federação Internacional de Boxe (IBA), excluída do movimento olímpico mas que desafiou o direito de duas pugilistas de competirem na categoria feminina nos Jogos Olímpicos de Paris, anunciou nesta segunda-feira (10) uma ofensiva judicial contra o Comitê Olímpico Internacional (COI).
A entidade liderada pelo russo Umar Kremlev afirma “apresentar uma queixa ao Procurador-Geral da Suíça”, Stefan Blätter, e preparar “denúncias semelhantes” junto aos procuradores-gerais de França e dos Estados Unidos.
Privada de um torneio olímpico próprio desde 2019 devido a uma série de problemas de governança, a Federação luta contra a presença na categoria feminina da boxeadora argelina Imane Khelif (-66 kg) e da taiwanesa Lin Yu-ting (-57 kg), campeãs olímpicas em Paris-2024.
“De acordo com a lei suíça, qualquer ação ou omissão que represente um risco para a segurança dos participantes numa competição merece investigação e pode servir de base para uma ação criminal”, sustenta a IBA.
A entidade afirma que excluiu do Mundial de 2023 as duas atletas, que sempre competiram na categoria feminina, porque seriam portadoras de cromossomos XY, uma prova de masculinidade, destaca a Federação, embora seja também uma forma entre outras de “diferença no desenvolvimento sexual” (DDS), anteriormente chamada de intersexualidade, que segundo estudos afeta um em cada 1.000 a 4.500 nascimentos.
Disgrace of the Olympics we witnessed in Paris 2024 should come to an end! Thomas Bach and his team with their attachment to transgenders must take responsibility for their crimes against women’s sport: read here https://t.co/ltYUtuWFJl
— Umar Kremlev (@umarkremlev) February 10, 2025
O COI, que administrou diretamente o torneio olímpico de boxe em substituição à IBA, se baseia, em vez disso, nos passaportes das duas competidoras.
Questionada sobre Imane Khelif, a porta-voz do organismo olímpico lembrou que ela “nasceu mulher, está registrada como mulher, vive a sua vida como mulher e luta boxe como mulher”.
Oito meses depois do torneio olímpico, a Federação se sente apoiada em sua ofensiva no decreto assinado na quarta-feira pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para tentar impedir que atletas transexuais pratiquem esportes femininos.
Nem Imane Khelif nem Lin Yu-ting são mulheres transexuais, mas segundo a organização, este texto “prova que a IBA se manteve firme, protegendo corretamente as boxeadoras contra a concorrência desleal”.
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