A USA Track and Field (USATF), órgão regulador responsável pelo atletismo nos Estados Unidos, anunciou nos últimos dias que, a partir de 1º de janeiro de 2025, também ficará responsável por todas as atividades do paratletismo no país.
O Game Arena traz, a seguir, tudo o que você precisa saber sobre os detalhes da decisão histórica, as justificativas apresentadas para a mudança e os possíveis desdobramentos práticos da unificação.
Atletismo unificado nos EUA
A partir de 2025, o atletismo nos Estados Unidos vai viver uma nova e histórica fase, com a unificação do esporte olímpico e paralímpico sob a gestão de uma mesma entidade, a USATF. De acordo com o anúncio oficial da organização, a proposta é “fornecer o mais alto padrão de suporte, recursos e inovação” para os atletas paralímpicos.
A iniciativa foi tomada, sobretudo, após a performance destacada dos atletas paralímpicos nos Jogos de Paris 2024. Do total das 105 medalhas conquistadas pelos Estados Unidos na competição, 38 foram do atletismo, sendo 10 de ouro. O desempenho na modalidade ficou atrás apenas da China.
United as one. 🇺🇸🤩
On January 1, 2025, USATF will become the home to ALL elite U.S. track and field athletes as the U.S. Paralympics Track & Field program integrates with USA Track & Field. With this historic step, Para athletes will be provided the same level of support and… pic.twitter.com/2oNiin1oPZ
— USATF (@usatf) October 30, 2024
Repercussão da novidade
Para Sarah Hirshland, CEO do Comitê Olímpico e Paralímpico dos Estados Unidos (USOPC), a medida é vista com bons olhos. “Com a USOPC e a USATF unindo forças para nossa Equipe Nacional de Atletismo Paralímpico e programas de desenvolvimento, estamos preparando o cenário para uma oportunidade e desenvolvimento sem precedentes”, afirmou a dirigente.
Hirshland reforçou ainda a importância da união para os paratletas. “Estamos comprometidos em trabalhar em direção a esse modelo de integração, porque sabemos que isso permitirá que os atletas paralímpicos acessem totalmente uma potência de recursos, suporte e treinamento enquanto buscam a excelência e representam a Equipe EUA”, declarou.
Já o CEO da USATF, Max Siegel, compartilhou da empolgação com o futuro do esporte. “A USATF tem um forte compromisso em fornecer suporte inclusivo e abrangente e, ao unir nossos programas olímpicos e paralímpicos, estamos definindo o padrão para o que um programa esportivo integrado pode alcançar. Acreditamos que os benefícios de ser uma equipe impulsionarão o sucesso dentro e fora do campo”, disse.
Por parte dos atletas, Hunter Woodhall, três vezes paralímpico e medalhista de ouro paralímpico, também aprovou a unificação. “Essa mudança significa muito para mim e para toda a comunidade de atletismo paralímpico. Tornar-se parte de uma equipe como a USATF é o próximo passo certo para o atletismo paralímpico e para a equipe dos EUA, e é incrivelmente emocionante ver o investimento, a dedicação e o futuro que estamos construindo juntos”, declarou.
Possíveis mudanças na prática
Para além do simbolismo de colocar os atletas olímpicos e paralímpicos em um mesmo patamar de importância, a unificação pode trazer efeitos práticos para os principais interessados. Um dos desdobramentos mais importantes é a questão financeira.
Em 2021, por exemplo, os Estados Unidos já experimentaram o mesmo movimento de equidade, quando definiram a mesma premiação por medalha para os atletas paralímpicos e olímpicos. Nos Jogos de Tóquio, as medalhas de ouro renderam 37.500 dólares, as de prata 22.500 dólares e as de bronze 15 mil dólares.
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