Flamengo se aproxima de conquistar estádio próprio com projeto no antigo Gasômetro; conheça outras propostas anteriores
O sonho do estádio próprio está cada vez mais perto de se tornar uma realidade para o Flamengo. Na última segunda-feira (27), em reunião com dirigentes rubro-negros, o prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, se comprometeu a desapropriar o terreno do antigo Gasômetro, caso as negociações pela compra do local não avancem.
O espaço pertence à Caixa Econômica Federal, que mantém um impasse em torno do valor a ser recebido pelo terreno. Além da proposta atual, o Game Arena reúne, a seguir, outras iniciativas anteriores para a construção da casa definitiva do clube carioca que, por inúmeras razões, acabaram não se concretizando.
🔴⚫️ SONHO VIVO
Mesmo com obstáculos, Flamengo prioriza terreno do Gasômetro. Diretoria entende que local é ideal em relação à transporte público para os torcedores rubro-negros. pic.twitter.com/var2pYCLt0
— Coluna do Fla | Flamengo (@ColunadoFla) April 6, 2024
Projeto do Gasômetro
O terreno do antigo Gasômetro fica localizado no bairro de São Cristóvão, a cerca de três quilômetros do estádio do Maracanã, e pertence a um fundo de investimentos vinculado à Caixa Econômica Federal. A ideia é construir uma arena com capacidade para cerca de 80 mil, em um formato mais vertical, semelhante a locais como o Santiago Bernabéu, do Real Madrid, e o Signal Iduna Park, do Borussia Dortmund.
O espaço foi escolhido em razão da localização estratégica, por ser um dos pontos mais centrais da cidade do Rio de Janeiro, facilitando a utilização do transporte público para o deslocamento dos torcedores. Outro aspecto favorável é a disponibilidade de terrenos no entorno para a construção de estruturas de apoio, como centros comerciais e estacionamentos, como ocorreu na construção do Allianz Parque, do Palmeiras.
1. Estádio da Gávea
A construção de um estádio no bairro da Gávea, onde estão localizados atualmente a sede social e o Centro de Treinamento rubro-negros, é uma ideia antiga, iniciada em meados da década de 1980, e que foi resgatada algumas vezes ao longo da história. As propostas giravam em torno da reforma do atual estádio José Bastos Padilha, inaugurado em 1938, que tem capacidade para 15 mil pessoas. O estádio não recebe jogos do futebol profissional há quase três décadas, sendo mais utilizado pela base do Flamengo.
Em 1997, o então presidente do clube, Luiz Augusto Veloso, chegou a acertar uma parceria que ampliou a capacidade para 25 mil torcedores, mas a estrutura montada foi provisória e acabou não engrenando. Mais recentemente, em 2017, houve uma nova tentativa de expandir o estádio da Gávea, com um projeto que estimava a nova capacidade em 30 mil pessoas. Porém, a ideia acabou sendo abandonada em razão de críticas da vizinhança, em especial de moradores do Leblon, além da negativa do então governador Sérgio Cabral, que alegou um alto impacto do empreendimento no trânsito da região.
2. Parque Olímpico
Antes do Gasômetro, a ideia da atual gestão do Flamengo era construir um estádio na região do Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, onde foi construída parte da estrutura para abrigar as Olimpíadas do Rio 2016. Dirigentes rubro-negros chegaram a conversar com o prefeito Eduardo Paes sobre a proposta, mas o projeto não avançou.
A gestão do espaço era compartilhada entre Governo Federal, Prefeitura do Rio, Concessionária Rio Mais, Comitê Olímpico do Brasil (COB) e a empresa GL Events. “Sempre à disposição para ajudar qualquer clube do Rio, mas gostaria de lembrar que o Parque Olímpico é uma área totalmente privada, com exceção de algumas arenas. Foi dessa forma que conseguimos fazer as Olimpíadas sem gastar recursos públicos na construção de estádios”, escreveu Paes à época em uma rede social.
3. Ilha do Urubu
Em 2017, o Flamengo firmou um acordo com a Portuguesa-RJ para a utilização do estádio Luso Brasileiro, na Ilha do Governador. O local foi rebatizado informalmente de Ilha do Urubu e recebeu cerca de R$ 15 milhões em investimentos, tendo a capacidade ampliada para 20 mil pessoas.
Porém, o contrato foi encerrado em 2018 após críticas da torcida pela capacidade de público reduzida, além de um temporal que atingiu a região e danificou duas torres de iluminação. O Flamengo então decidiu retomar as negociações para seguir utilizando o Maracanã como único local para seus jogos.
4. Avenida Brasil
Em 2018, a gestão do então presidente Eduardo Bandeira de Mello firmou um acordo com opção de compra de um terreno de 160 mil metros quadrados, às margens da Avenida Brasil, uma das principais vias da capital carioca. O projeto foi estimado em até R$ 420 milhões, com a perspectiva de abrigar mais de 50 mil torcedores.
“Não desistimos do terreno, apenas não vamos exercer a opção de compra que temos. Estamos analisando mais dois outros terrenos com calma”, relatou à época Alexandre Wrobel, então vice-presidente de patrimônio do Flamengo. Entre os fatores que mais pesaram para a desistência rubro-negra estava a falta de segurança, em razão da região ser considerada violenta.
5. Baixada Fluminense
O Flamengo já teve conversas para a construção de um estádio da região da Baixada Fluminense, em meados de 2010. A então presidente Patrícia Amorim defendia o local com o argumento de que a capital carioca estaria sobrecarregada de estádios, entendendo ainda o Maracanã como um local de apoio permanente.
“Agora a Baixada Fluminense terá a Transoeste, e já possui a Via Dutra e a Avenida Brasil. Esse é o momento para investimentos na região”, relatou ao canal ESPN. “Fico imaginando um estádio para 45 a 50 mil torcedores. Mas isso precisa ser discutido com toda a diretoria”, completou.
6. Pedra de Guaratiba
A proposta de construção do estádio do Flamengo em Pedra de Guaratiba, a cerca de 60 quilômetros do Maracanã, foi apresentada em 2016 pelo conselheiro Maurício Rodrigues de Souza Neto. “Se derem o OK, partimos para a construção. É totalmente padrão Fifa, tipo alçapão. A torcida fica a sete metros do campo. Todos os lugares são cobertos”, descreveu Maurício à época.
A ideia era um local com capacidade para mais de 50 mil pessoas, construído em parceria com um investidor que seria responsável por toda a verba da construção. O projeto foi produzido por Eduardo Castro Mello, arquiteto responsável pelo estádio Mané Garrincha, em Brasília.
7. Engenhão
O antigo estádio João Havelange, hoje conhecido como Nilton Santos, chegou a ser pleiteado pelo Flamengo após os Jogos Pan-Americanos de 2007 no Rio de Janeiro. O então presidente Márcio Braga chegou a fazer diversas visitas ao local, mas a ideia acabou abandonada quando surgiu a oportunidade do Flamengo assumir como único concessionário do Maracanã. O Botafogo, atual gestor do Engenhão, teve a concessão renovada recentemente e ficará no comando do estádio, no mínimo, até 2051.
Assista também nossos vídeos. Neste aqui, nosso comentarista Cassio Zirpoli explica a épica disputa entre Sport e Flamengo pelo título do Campeonato Brasileiro de 1987! Confira: