O empresário William Rogato prestou depoimento à CPI das Apostas nesta terça-feira (8) e declarou-se reú confesso. Admitiu participar de manipulação e disse que já ganhou R$ 300 milhões com isso.
Rogato se intitulou “Rei do Rebaixamento” por ter influência direta na queda de 42 times do futebol brasileiro. Um deles é o Santa Maria, que caiu no Candangão. Tal suspeita gerou essa investigação.
“(Sou) Réu confesso, totalmente. Comecei a trazer jogadores de nome, mostrando para ela (Dayana Nunes, presidente do Santa Maria) que eu iria fazer um excelente campeonato.”
“Daqui a pouco, eu falei que os jogadores meus de nome não tinham condições de ir, mas que ia dar tudo certo. E, infelizmente, eu vim a rebaixar o Santa Maria. Desculpa, mais uma vez, peço perdão para as pessoas”, revelou.
Diante das revelações, os senadores ofereceram medidas protetivas para Rogato a fim de extrair mais informações. Contudo, o empresário teme pela sua segurança caso realmente conte o que sabe.
“O sistema é muito além disso, os grandes não vão cair nunca. Estamos falando de dentro da CBF, de dentro das federações, tenho provas e vídeos. Isso não vai dar em nada, vai fazer vítimas do sistema e, no final, não vai acabar porque não é de agora”, contou.
William Rogato reside em Portugal e depôs por videoconferência. Agora, os parlamentares vão encontrá-lo na Europa para coletar provas contundentes no curso da investigação.
Empresário cita Textor
Em meio à fala, Rogato tocou no nome de John Textor. Ele afirmou que o proprietário da SAF do Botafogo não é “tão louco assim” quando denuncia manipulações nas edições de 2022 e 2023 do Brasileirão.
“Eu te garanto que o John Textor não está totalmente errado. Chamam de louco, ele não é tão louco assim”, cravou.
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