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Alexandre Loureiro/COB; Julio Detofon/CBSk; Lívia Villas Boas/CBF

Brasil deve ter mais mulheres que homens em Olimpíada pela 1ª vez na história

País já garantiu 222 vagas para Paris-2024, mas ainda terá mais confirmações nas próximas semanas

Vítor Aguiar •
20/05/2024 às 12h00, atualizado há 6 meses
Tempo de leitura: 5 minutos

O esporte brasileiro viverá um feito inédito nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. A pouco mais de dois meses da abertura da Olimpíada, o país tem ampla maioria feminina entre os atletas classificados e está muito perto uma delegação formada por mais mulheres que homens pela 1ª vez na sua história. Além disso, há chance de recorde no número de mulheres brasileiras em uma edição dos Jogos.

Há três anos, a corrida olímpica também começou com maioria feminina, mas, depois da pandemia, os homens viraram, fechando com 53,5% da delegação. Dessa vez, porém, os esportes coletivos levaram o Time Brasil para o outro lado: as mulheres garantiram vaga para futebol, vôlei, handebol e rugby sevens, além das equipes de ginástica artística e rítmica, enquanto os homens só estão no vôlei e tentam entrar no basquete.

As mulheres e o Time Brasil na Olimpíada

Até o momento, a listagem oficial do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) mostra 222 vagas para o país. Dessas, 128 (57,7%) são femininas e 87 (39,2%) são masculinas, enquanto outras sete (3,1%), no hipismo, podem ser ocupadas por atletas de qualquer gênero. Considerando as vagas iminentes e outras ainda em disputa, os homens até tendem a diminuir essa desvantagem, mas assumir a liderança já é quase impossível.

Isso reflete, em partes, a nova política do Comitê Olímpico Internacional (COI), que aumentou progressivamente o número de mulheres participando da Olimpíada e promete a 1ª edição com total igualdade de gênero no número de participantes. Mas a justificativa não para por aí, já que a delegação terá um número de mulheres próximo aos registrados em Londres (122), Rio (132) e Tóquio (141), mas franca queda no de homens (132 em Londres, 333 no Rio e 163 em Tóquio).

Olhando para a aplicação prática, esse número oficial de vagas ainda representa um total um pouco menor de atletas já classificados. Isso porque alguns esportes ainda não tem classificações nominais, como já acontece com a natação. Na canoagem, por exemplo, as provas do C1 1000m (individual) e do C2 500m (duplas) mostram três vagas para o Brasil, mas é quase certo que Isaquias Queiroz fará ambas (em dupla com Jacky Godmann no C2) e as três vagas sejam ocupadas por apenas dois atletas.

Ampliando esse recorte para todos os esportes, o Brasil tem a garantia de um mínimo de 211 atletas na Olimpíada, com uma maioria feminina ainda maior que a do número oficial: seriam pelo menos 125 (59,2%) mulheres, frente a um mínimo de 79 homens (37,4%), novamente com sete vagas sem gênero definido. Esse total, claro, ainda vai mudar nesse mês final de corrida olímpica.

Recorde de mulheres e vagas em aberto

Com pré-olímpicos ainda em disputa e rankings a serem fechados, os números ainda devem trazer outra marca histórica. A essa altura, superar o total de atletas de Tóquio-2021 (303) já virou sonho distante, mas o Brasil pode quebrar seu recorde de mulheres na Olimpíada. A maior marca do país é justamente a de 141 em Tóquio.

A lista ainda terá nomes como as tenistas Beatriz Haddad MaiaLuisa Stefani, que certamente estarão em Paris, mas só entram na conta quando o ranking olímpico fechar, em junho. O mesmo vale para as skatistas Pâmela Rosa, Gabi Mazetto (Street), Raicca VenturaIsadora PachecoDora Varella (Park), que estão perto da classificação à Olimpíada e devem ter vagas confirmadas no próximo mês.

Essas vagas iminentes, já vão fazer o Brasil superar o número de mulheres na campanha da Rio-2016, mas elas ainda precisam confirmar mais algumas (de seis a nove) para igualar o recorde de Tóquio. Nesse último mês de corrida olímpica, há chances de vagas em boxe, ciclismo, canoagem (caiaque cross), triatlo, pentatlo moderno, remo, tiro com arco, tiro esportivo e judô.

Entre os homens, o único desses esportes que não tem mais como gerar nova vaga é o judô. Eles também brigam por classificação à Olimpíada no basquete (12 vagas na seleção) e no breaking. Com isso, os homens tem uma perspectiva maior de vagas possíveis, mas longe de qualquer estimativa que indique mais 30 ou 40 vagas para alcançar o número de mulheres.

Para eles, os carros-chefe das últimas vagas para a Olimpíada também devem estar no skate e no tênis. Sobre quatro rodas, há expectativa de classificação de cinco a seis skatistas (Augusto Akio, Pedro Barros, Luigi Cini, Giovanni Vianna e Kelvin Hoefler, além de Filipe Gustavo), enquanto quatro tenistas devem estar no saibro parisiense (Thiago Wild, Thiago Monteiro, Marcelo Melo e Rafael Matos).

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