A vitória da Seleção Brasileira diante do Chile na última quinta-feira (10) possui cores que vão além do verde e amarelo. Representantes do Botafogo no setor de ataque da Canarinha, Igor Jesus e Luís Henrique repetiram o que vêm mostrando pelo Alvinegro na Série A e fizeram a diferença para que o Brasil voltasse ao G-4 das eliminatórias.
Os gols dos atacantes do Glorioso serviram para consolidar ainda mais o bom momento do clube, que lidera a elite nacional e está classificado para as quartas de final da Libertadores, e quebrar um tabu que já durava incômodos 28 anos.
Por isso, o Game Arena traz este conteúdo para mostrar um pouco da importância do Botafogo na história da Seleção Brasileira e como os gols de atletas alvinegros ajudaram a construir a mística da camisa verde e amarela.
Um jejum do século passado
É verdade que o século XXI não foi generoso com o Botafogo e o seu torcedor na maior parte das temporadas. Somando títulos e vexames, o clube ficou muito longe dos seus dias de glórias, especialmente de seu último período vitorioso, nos anos 1990, quando foi a última vez que um jogador alvinegro balançou as redes pela Amarelinha.
Na ocasião, o atacante Bebeto fez um dos gols da vitória do Brasil contra a Dinamarca, nas quartas de final da Copa do Mundo de 1998, no dia 3 de julho daquele ano. O triunfo, que garantiu a classificação para enfrentar a Holanda na semifinal, foi marcada ainda pelo doblete de Rivaldo, fundamental para o resultado final em 3 x 2.
Quase 30 anos sem um centroavante do Botafogo
Outro tabu que caiu diante dos chilenos, na última quinta-feira, foi o de quase 30 anos sem um centroavante do Botafogo ser convocado e jogar pela Seleção Brasileira, marca obtida por Igor Jesus, atacante marcou o primeiro gol da virada brasileira em Santiago.
Antes dele, o último alvinegro a ter a honra de estar no ataque da Canarinha em um jogo oficial havia sido Túlio Maravilha, ainda na temporada 1995, quando fez seu último jogo pelo Brasil, em 20 de dezembro, diante da Colômbia.
Dois gols alvinegros é novidade?
Entre os mais tradicionais clubes do futebol brasileiro, não é novidade para a torcida do Botafogo ver dois dos seus jogadores marcando com a camisa da Amarelinha. Ao menos, não é para os mais experientes, pois a última oportunidade em que dois atletas do Glorioso marcaram pela Seleção aconteceu em 1977.
De acordo com dados do Espião Estatístico do GE, naquela ocasião, Nilson Dias e Paulo César Caju enfrentaram um combinado Vasco-Botafogo com a camisa do Brasil e marcaram no que terminaria como uma goleada por 6 x 1 para o time nacional.
Contudo, a história botafoguense com a Amarelinha pode ir um pouco mais além. Pouco depois de encantar o mundo vencendo a Copa de 1970, a Seleção Brasileira contou com três jogadores do Glorioso marcando em um amistoso.
Em 4 de outubro de 1970, o Brasil bateu o Chile por 5 x 1 e viu Roberto Miranda, Paulo César Caju e Jairzinho (duas vezes) balançaram as redes do estádio Nacional de Santiago. Quem também marcou na partida foi o Rei Pelé, que abriu a contagem.
Botafogo e a base de um título mundial
Vale lembrar também que nem só de gols em amistosos e eliminatórias vive a história do Botafogo com a Seleção Brasileira. Entre as grandes equipes do país nos anos 1950 e 1960, o Glorioso foi responsável, junto com o Santos, por formar a base do time que encantou o mundo ao vencer duas Copas consecutivas, em 1958 e 1962.
Inclusive, no bicampeonato, conquistado no Chile, em 1962, foi quando o Glorioso ganhou mais destaque.
Sem Pelé, lesionado, coube a Garrincha chamar para si a responsabilidade e conduzir o time, que ainda possuía nomes como Zagallo, Nilton Santos, Didi e Amarildo entre os titulares à segunda taça seguida, igualando o feito da Itália, bicampeã em 1934 e 1938 sob o comando de Vittorio Pozzo.
Assista também nossos vídeos. Neste aqui, nossos comentaristas Cassio Zirpoli, Celso Ishigami e Fred Figueroa analisam a nova regra do impedimento! Confira: