Entre os esportes mais nobres e tradicionais das Olimpíadas, o atletismo tem uma grande importância na trajetória de vitórias do Brasil durante os Jogos Olímpicos.
A prova disso é que na última quinta-feira, primeiro dia das disputas do atletismo em Paris, o Brasil conquistou a sua 20ª medalha na história olímpica com o marchador Caio Bonfim, que ficou com a prata na disputa realizada na Cidade-luz.
Assim, o atletismo ultrapassou a vela como o segundo esporte que mais deu medalhas ao Brasil em Olimpíadas, atrás apenas do judô, que chegou ao 27º pódio com o ouro de Beatriz Souza.
Por isso, o Game Arena traz este conteúdo para analisar a importância do atletismo para o esporte olímpico brasileiro e quais as chances de medalhas que o país ainda tem em Paris na modalidade.
O começo da história
O atletismo brasileiro começou a render frutos em forma de medalhas ao país em 1952, nos Jogos de Helsinque, na Suíça. Assim, Adhemar Ferreira da Silva e José Telles da Conceição retornaram ao Brasil com um ouro e um bronze, respectivamente.
Assim, Adhemar ainda conquistaria o bicampeonato olímpico no salto triplo na Olimpíada seguinte, em 1956, em Melbourne, na Austrália, sendo esta a única medalha brasileira nos jogos.
Após o brilho de Adhemar, o atletismo brasileiro passaria por um hiato de 12 anos sem pódios. Só em 1968, na Cidade do México, que a modalidade voltaria a ser premiada com a prata de Nelson Prudêncio também no salto triplo.
Inclusive, o atleta marcaria o início de um ciclo com seis Jogos Olímpicos consecutivos com pódios conquistados por grandes nomes como João Carlos de Oliveira, o João do Pulo, Joaquim Cruz e Robson Caetano.
Os últimos jogos do século XX ainda seriam marcados por mais um bronze brasileiro, dessa vez, no revezamento 4 x 100 metros rasos, com o estrelado time formado com André Domingos, Arnaldo Oliveira, Edson Luciano e Robson Caetano.
A façanha se repetiria em Sydney, com o revezamento brasileiro conquistando a prata, ficando atrás apenas dos grandes favoritos, que eram os Estados Unidos.
Os anos 2000 e a sequência positiva do atletismo brasileiro
Em 2004, o Brasil esperou até o último dia dos Jogos Olímpicos em Atenas para conseguir a sua medalha no atletismo. Na maratona, o brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima ficou com o bronze, após liderar boa parte da prova e ser atacado pelo “padre irlandês” na reta final do trajeto.
Como resultado, o brasileiro recebeu além da medalha a maior honraria concedida ao Comitê Olímpico Internacional: medalha Pierre de Coubertin, que premia as maiores demonstrações de espiríto esportivo entre atletas olímpicos.
No ciclo seguinte, o Brasil quebrou um jejum de 24 anos sem conquistar medalhas de ouro no atletismo. Após Joaquim Cruz, em Los Angeles, foi a vez de Maureen Maggi ser a primeira colocada no salto em distância. Além dela, Pequim ainda premiou os revezamentos 4×100 masculino e feminino.
Em 2012, foi a última vez que o Brasil não conseguiu medalhas com nenhum representante.
Assim, entre 2016 e 2024, o atletismo brasileiro já conquistou quatro medalhas, sendo uma de ouro (Thiago Braz, 2016), uma de prata (Caio Bonfim, 2024) e duas de bronze (Thiago Braz e Alisson dos Santos, 2020).
A grande expectativa do atletismo para 2024
Em Paris, o grande nome do atletismo brasileiro quanto à expectativa de medalhas é Alisson dos Santos. Favorito na prova dos 400m com barreiras, o atleta tem o melhor tempo do mundo em 2024, com 46.63 segundos.
O atleta deverá iniciar sua participação nas Olimpíadas a partir do próximo dia 3 de agosto, quando começam as semifinais da prova dos 400 metros com barreira. Caso se classifique, Piu, como é popularmente conhecido o corredor, disputará a medalha no dia 5 de agosto.
Assista também nossos vídeos. Neste Raio-X Olímpico, Celso Ishigami, Cassio Zirpoli e Fred Figueiroa comentam sobre os caminhos para a medalha inédita conquistada pelo Brasil na final por equipes da ginástica artística. Confira: