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Árbitras e assistentes brasileiras
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(Foto: Divulgação/CBF)

Copa América terá árbitras pela primeira vez; relembre outras conquistas da arbitragem feminina

Oito mulheres, entre árbitras e assistentes, foram convocadas pela Conmebol para a Copa América de 2024

Pedro Henrique Dias •
25/05/2024 às 11h00, atualizado há 5 meses
Tempo de leitura: 4 minutos

A Copa América de 2024 será a primeira com a presença de mulheres no quadro de arbitragem. Oito profissionais foram convocadas pela Conmebol, das quais duas são brasileiras.

A árbitra Edina Alves e a assistente Neuza Back serão as representantes do Brasil no torneio. Além delas, foram chamadas outras duas mulheres ligadas à Conmebol e quatro à Concacaf.

“É um alto compromisso assumido pela Conmebol desde 2016, que aposta no desenvolvimento e na profissionalização de mais mulheres dentro e fora do campo de jogo, impulsionando um futebol com igualdade em diferentes torneios”, destacou a organização.

Apesar do feito inédito, o quantitativo feminino representa apenas 8% do total. Ao todo, 101 árbitros irão atuar na Copa América, que começa em 20 de junho e se estende até 14 de julho.

O marco na competição sul-americana, na verdade, é só mais um de tantos avanços que a arbitragem feminina vem conquistando no futebol, seja no âmbito nacional ou internacional.

Por isso, o Game Arena reuniu os feitos recentes que elevaram as árbitras a outro patamar no esporte, a ponto de, finalmente, tornarem-se protagonistas, ainda que em menor escala.

A 1ª árbitra é do Brasil

A primeira mulher a apitar um jogo de futebol na história foi uma… brasileira! Asaléa de Campos Micheli, a Léa Campos, venceu preconceitos e instaurou um legado no esporte.

Léa estudou por oito meses na escola de árbitros da Federação Mineira de Futebol, em 1967, mas só iniciou a carreira quatro anos depois em função do machismo arraigado.

A pioneira mundial sofreu com a intransigência do mandatário da Confederação Brasileira de Desportos (CBD), João Havelange, que custou a validar seu diploma de árbitra.

Foi aí que Léa Campos recorreu ao ditador Médici. O presidente linha-dura, por sua vez, atendeu ao pleito da mineira e redigiu uma carta solicitando a validação a Havelange.

Com a parte burocrática resolvida, ela apitou uma partida pela primeira vez em 1971 e exerceu a função até 1974, quando sofreu um acidente que a impossibilitou de seguir.

Agora, 50 anos depois, a arbitragem feminina começa a ganhar espaço após longo período de subvalorização.

Marco na Copa do Mundo de 2022

Foram 92 anos de privação. Até 2022, nenhuma mulher integrou a arbitragem de uma Copa do Mundo masculina. A edição quebrou barreiras e gerou um “efeito dominó” no futebol.

Seis mulheres trabalharam no Mundial do Catar. E mais: um trio de arbitragem 100% feminino comandou o duelo entre Alemanha x Costa Rica pela fase de grupos do torneio.

A francesa Stéphanie Frappart esteve no apito deste jogo emblemático, ao lado da brasileira Neuza Inês Back e da mexicana Karen Díaz Medina.

Repercussão no futebol brasileiro

A evolução da arbitragem feminina aconteceu de forma tímida não só no Brasil, como em todo o mundo. O Campeonato Brasileiro, por exemplo, passou a ter árbitras de forma contínua somente a partir de 2019.

Uma equipe de arbitragem 100% feminina conduziu um jogo masculino pela primeira vez no futebol brasileiro em 2023. Ao todo, oito mulheres estiveram à frente de Ituano x Tombense pela Série B – da juíza à cabine do VAR.

Gradativamente, as principais competições abrem espaço para as mulheres na arbitragem. Em 2024, o Brasileirão também contou com uma escala integralmente feminina no embate entre Internacional e Atlético-GO.

A CBF fez o mesmo na Copa do Brasil recentemente, no confronto entre Fluminense e Sampaio Corrêa pela 3ª fase.

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