A brasileira Ana Marcela Cunha, campeã olímpica há três anos em Tóquio, ficou fora do pódio da maratona aquática dos Jogos de Paris, ao chegar em quarto na prova disputada nesta quinta-feira (8), no rio Sena, após meses de incerteza devido à qualidade da água.
A holandesa Sharon Van Rouwendaal conquistou a medalha de ouro, completando os 10 quilômetros de prova com o tempo de 2 horas, 3 minutos e 34,2 segundos. A australiana Moesha Johnson (+5,5 segundos) levou a prata e a italiana Ginevra Tadeucci (+8,6) a medalha de bronze.
Ana Marcela Cunha completou a prova em 2 horas, 4 minutos e 15,7 segundos. A outra representante brasileira, Viviane Jungblut, foi a 11ª colocada, com o tempo de 2 horas, 6 minutos e 15,8 segundos.
“Tenho que ficar muito orgulhosa do que eu fiz hoje. É levantar a cabeça, minha história nunca vai ser apagada. O quarto lugar dói muito mais que o quinto que consegui em 2008, mas tem que seguir em frente. Faz parte do esporte e da vida”, disse Ana Marcela na zona mista após a prova.
A australiana Johnson, 26 anos, liderou a maior parte da prova, uma semana depois de terminar os 1.500 metros na sexta posição nas provas de natação disputadas na Arena La Defense.
Porém, Van Rouwendaal, que também é a atual campeã da prova, permaneceu próxima e acelerou o ritmo na sexta e última volta.Uma das melhores atletas da história da maratona aquática, Ana Marcela Cunha permaneceu entre as três primeiras nas duas primeiras voltas.
A atleta baiana, de 32 anos, chegou a questionar a escolha do Sena para a prova em uma entrevista à AFP seis meses antes dos Jogos. “A saúde do atleta está em primeiro lugar”, disse na época.
Ana Marcela mostrou confiança na organização
Mas ao final da prova em Paris, Ana Marcela se mostrou confiança no trabalho da organização dos Jogos. Disse que não viu nada de estranho na água e destacou a força da correnteza do rio.
“Estava tranquila, confio na organização. Falei no começo do ano sobre essa possibilidade, porque há seis meses ninguém tocava no assunto (…) Mas quando você chega nos Jogos Olímpicos, só pensa no dia da competição”, afirmou a brasileira
Paris investiu milhões de euros para descontaminar as águas do Sena, que também recebeu as provas de triatlo, mas os testes detectaram diversas vezes bactérias indicativas de contaminação fecal.
Desde o início dos Jogos, cinco treinos foram cancelados e a prova do triatlo masculino foi adiada por um dia porque a qualidade da água não era adequada para a natação.
Vários triatletas expressaram frustração com os cancelamentos, assim como com a incerteza sobre a disputa das provas nas datas previstas.
Alguns deles relataram problemas gástricos, mas não vincularam ao nado no Sena.
“Vamos ver o que acontece nos próximo dias, mas estou tranquila. Temos um departamento médico muito bom”, acrescentou Ana Marcela.
A maratona aquática masculina será disputada na sexta-feira (9), com a participação do brasileiro Guilherme Costa.
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