Com o fim dos Jogos Olímpicos de Paris, a nadadora brasileira Ana Carolina Vieira, que foi expulsa do Time Brasil durante a competição, quebrou o silêncio. Alegando não ter ocorrido o desrespeito que foi pontuado pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB), a atleta apontou que não foi ouvida em nenhum momento.
“No sábado, competimos pela manhã e estava tudo normal, exceto por um clima estranho (pela substituição de Mafê Costa na prova). No domingo, às 13h15, foi dada a advertência e a expulsão. (…) Não tive voz. Não quiseram me escutar. Aconteceu tudo muito rápido”, iniciou.
“A partir do momento do meu desligamento, eu fui acompanhada a todo momento. Tive três vôos para chegar ao Brasil e minha cara estava em todos os noticiários”, apontou a nadadora Ana Carolina Vieira, em entrevista ao programa Domingo Espetacular.
De acordo com Ana Carolina, Gustavo Otsuka, um alto membro do COB teria enviado um áudio ao namorado da atleta, o também nadador Gabriel Santos, na noite do desligamento para se retratar sobre o posicionamento lançado sobre seu afastamento.
“Essa nota foi do COB e, infelizmente, ninguém checou. Simplesmente replicaram. Já mandei tirarem do ar e peço desculpas a você. A nota está errada”, expôs a atleta em áudio reproduzido durante a entrevista.
A polêmica envolvendo Ana Carolina Vieira
Integrante do time de revezamento 4 x 100 metros rasos do Time Brasil, a nadadora Ana Carolina Vieira foi desligada da equipe dos Jogos Olímpicos por ter deixado a Vila sem autorização. Na ocasião, a atleta teria saído com o namorado, Gabriel Santos, e teria feito fotos em pontos turísticos da cidade, como a Torre Eiffel.
Contudo, ainda segundo a versão da nadadora, ela não teria feito nada fora das regras impostas para os atletas durante a competição, uma vez que estava com sua identificação e teria participado de outros eventos olímpicos.
“No momento em que eu saísse da Vila, poderia ter comunicado ao chefe da delegação. Porém, em nenhum momento, eu saí dos limites da organização. Usei minha credencial, estava no ônibus do evento, desci no vôlei de praia, fiz a minha foto e voltei”, explicou.
Questionada sobre a possibilidade de sua expulsão ter sido uma retalização a uma acusação de assédio sexual, Ana Carolina Vieira afirmou que tem pensado sobre o assunto e que vê o ocorrido como uma demonstração de poder.
“Eu me questiono de tudo. Da forma que aconteceu, do jeito que foi passado ao público, o porquê de uma retaliação e das coisas terem acontecido como aconteceram, sem ao menos eu poder me expressar. O sonho de todo atleta é poder representar a sua nação. É difícil de falar. Treinei por anos para estar na minha segunda Olimpíada. Sair dessa forma foi muito difícil”, finalizou.
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