João Pedro, mais conhecido como “Lanaro”, foi um dos jogadores mais populares da década. Ganhou fama após alcançar a marca de 7 mil no MMR brasileiro, o que acabou sendo considerado o melhor brasileiro do mundo de partidas ranqueadas aos 15 anos de idade.
Talento de sobra que acabou ficando por aí, pois sua carreira como profissional não decolou e fez com que “Lanaro” desistisse do cenário competitivo do game. Atualmente, reserva seu tempo como criador de conteúdo e como “boost”, um meio ilegal de criar renda com o jogo.
A trajetória de “Lanaro” é um exemplo para jogadores amadores que sonham em se tornar profissionais. Os cuidados que precisam ter na transição são fundamentais, pois a carreira de um jogador não depende somente de seu talento, mas de muito foco e determinação para viver como um profissional de e-Sports.
A carreira de “Lanaro”
“Lanaro” começou a jogar aos 7 anos de idade após conhecer o jogo pelos seus irmão, ainda no Dota 1. Sua primeira aparição no cenário do Dota 2 foi em 2014, quando chegou ao topo do ranking brasileiro com apenas 15 anos de idade.
Alcançando mais de 7 mil pontos na MMR, ficou acima de jogadores profissionais famosos no ranking, que chamou a atenção de toda a comunidade e ganhou notoriedade com o feito. Apesar disso, João chegou ali apenas por hobby, não era remunerado para jogar.
O que mais impressionou a comunidade foi o fato de “Lanaro” ter conseguido um número tão expressivo sendo tão jovem, com apenas 15 anos de idade.
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Isso lhe rendeu uma prospecção mundial, sendo pauta em diversos jornais no exterior, criando comparações com Syed “Suma1L” Hassan, o campeão do The International 2016 pela Evil Geniuses. O jogador tinha apenas 16 anos de idade quando conquistou o campeonato mais importante do mundo do Dota, o que acabou criando diversas comparações entre eles.
Mas, diferentemente do paquistanês, a carreira profissional de “Lanaro” não deu muito certo. Após o topo do ranking, o jogador chamou a atenção de diversas organizações que tinham equipes competitivas de Dota 2, passando por paiN Gaming, T Show e Rei do Picolé, mas sem o sucesso que esperavam dele.
Acabou se afastando de sua última equipe antes de um torneio organizado pela BtS em 2019 alegando problemas de saúde, e desde então nunca mais foi visto no cenário competitivo.
Buscando um recomeço
Recentemente, “Lanaro” divulgou um vídeo explicando porque sumiu do cenário competitivo, alegou falta de apoio familiar, problemas de relacionamento com os companheiros de equipe e problemas de saúde, que fizeram com que sua carreira terminasse de forma precoce e sem suprir as expectativas criadas sobre ele, o que lhe rendeu bastante pressão por resultados.
Nesse meio tempo, considerou migrar para o League of Legends, o MOBA da Riot Games, para buscar se profissionalizar no jogo, pois o cenário competitivo do LoL no Brasil é bem mais estruturado do que o do Dota, o que acaba dando mais oportunidades de profissionalização aos jogadores, como o CBLoL Academy, que é um campeonato de desenvolvimento de talentos. No fim, decidiu-se manter no cenário do Dota 2.
Atualmente, “Lanaro” vive como criador de conteúdo jogando Dota 2, da coach para jogadores que buscam se aperfeiçoar no game e realiza a prática de “boost”, considerada ilegal pela Valve, onde ele é pago para jogar na conta de outra pessoa e subir de ranking, o que lhe rende uma remuneração. Em seu canal do YouTube, 600 inscritos, mas uma média de mil visualizações por vídeo. Na plataforma da Twitch, tem 33 mil inscritos e faz lives constantemente.