Após a classificação para o mundial da Bélgica, Yuri Santos, ou simplesmente “yuurih”, entrou para um seleto grupo de jogadores brasileiros com maior número de participações em Majors. O jogador, de apenas 22 anos, vem para a sua quarta participação no principal campeonato de Counter-Strike Global Offensive do mundo, estreando no StarLadder Major Berlin 2019, passando IEM Katowice Major 2019, PGL Major Stockholm 2021 e até o PGL Major Antwerp 2022.
Questionado sobre a sua evolução durante essas participações em Majors, como jogador e como pessoal, “yuurih” afirmou que muita coisa mudou, mas sempre teve um planejamento pensando a “longo prazo”, que tiveram pessoas que o ajudaram e que trabalhou muito para chegar até aqui.
“Muita coisa… na época sempre tive um pensamento a longo prazo, graças a pessoas que me ajudaram nisso e foi algo que eu sempre acertei, trabalhando muito, correndo atrás, para chegar hoje e ver o que estamos conquistando. Os dois últimos Majors agora que conseguimos a vaga aos playoffs foi algo que a gente sempre quis, então estar sendo no passo a passo, e é legal olhar para o passado e ver que todo o trabalho que fizemos, está dando certo.”
Mas “yuurih” não é o único jogador da line up atual da FURIA que participa de seu quarto mundial. “arT” e “KSCERATO”, seus companheiros desde 2018, também carimbam sua quarta passagem em Majors no currículo, assim como a organização. Sobre ela, “yuurih” diz que a equipe atual foi a melhor que ele já jogou junto e com apenas cinco meses de time, já estão muito conectados e conquistando muitas coisas juntos.
“Com certeza é o melhor time que já joguei, os resultados dizem isso, em pouco tempo já conquistamos muito, estamos jogando muito conectados em apenas 5 meses de time. Sabemos que ainda temos muita coisa para melhorar e precisamos de tempo, mas sabemos que se continuarmos nessa pegada a gente vai continuar muito bem.”
Sobre a trajetória na fase Legends do PGL Major Antwerp 2022, “yuurih” avaliou o time bem contra a Team Spirit, mas que acabou perdendo o controle do jogo e disse que o momento chave até aqui foi a derrota para a NiP, onde os jogadores afirmaram que “não eramos aquele time”, reavaliamos os erros e chegarem bem para conquistar a classificação com uma grande vitória para cima da G2, atual vice-campeã do torneio.
“Mas o jogo mais importante até aqui foi a derrota contra a NiP, que foi um dia “off” de todo mundo… Após o jogo, a equipe conversou, aprendeu muita coisa, o que deu errado, para ficarmos bem contra a G2 após a derrota de 2 a 0. Nós sabíamos que não eramos aquele time, somos o time que ganhou da G2 ontem e é aquele time que tem que ser. Então esse foi o momento mais importante para nós.”
Por fim, olhando daqui para frente, “yuurih” acredita que a FURIA tem plenas condições de ser campeã, mas não “terá jogo fácil, nunca teve”. Ele diz que os jogadores se sentem preparados, que conhecem os adversários e esperam “fazer história”.
“Antigamente ficávamos com aquele sentimento ruim, mas hoje a gente sabe que da para ganhar… Mas não existe jogo fácil, nunca teve, por isso temos que fazer o nosso melhor, focar no nosso. Se jogarmos como jogamos contra a G2, com vontade, acredito que conseguimos fazer história e ganhar o Major.”
Agora nos playoffs, onde os confrontos serão na Sportspaleis Arena com a presença de público, “yuurih” e a FURIA já sabem quem será o seu próximo adversário, e é um velho conhecido, a Team Spirit. Os brasileiros entram no lobby amanhã, às 15 horas (horário de Brasília), em busca da revanche contra os russo e a classificação para a semifinal do PGL Major Antwerp 2022.
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Confira a entrevista exclusiva na íntegra abaixo:
1. Você tá no seu quarto Major, começando por StarLadder Berlin 2019, IEM Katowice Major, PGL Major Stockholm e agora PGL Major Antwerp. Em sua avaliação, como você descreve a sua evolução do seu primeiro Major e do atual? O que mudou no “yuurih” de 2019 para hoje?
“Muita coisa, porque em 2019 jogamos o nosso primeiro Major, até como pessoa evolui muito ali, quando você muda isso, muda no jogo também. Envolve time, pessoas, mas o que eu aconselharia o “yuurih” de 2019 é ter a mente e o pensamento a longo prazo, eu tive naquela época, mas graças a pessoas que me ajudaram nisso, e foi algo que eu sempre acertei, trabalhando muito, correndo atrás, para chegar hoje e ver o que estamos conquistando. Os dois últimos Majors agora que conseguimos a vaga aos playoffs foi algo que a gente sempre quis, então estar sendo no passo a passo, e é legal olhar para o passado e ver que todo o trabalho que fizemos, está dando certo.”
2. Consequentemente, a FURIA também está no seu quarto Major, e de lá para cá tiveram algumas mudanças na lineup para aperfeiçoar o jogo em torno de você, do “arT” e do “KSCERATO”. Essa line up, com “drop” e “saffee”, é a melhor da FURIA em toda essa trajetória?
“Penso que sim, porque a gente teve algumas mudanças, testamos o “HEN1”, tínhamos o “VINI”, mas sempre tivemos problemas com aquele quinto jogador, nosso awper sempre teve problemas de encaixa pela forma de jogar da equipe, um estilo bem diferente. Já tivemos o “junior” e o “honda”, jogadores muito novos que não tinham experiência, não conheciam tanto, mas o “drop” foi um menino que surpreendeu muito, principalmente ao “Guerri”, é o menino que você não precisa falar o que ele tem que fazer, ele faz por conta própria já sabendo. E o “saffee” é um cara que como pessoa e como jogador encaixou muito, não sei explicar isso. Mas com certeza é o melhor time que já joguei, os resultados dizem isso, em pouco tempo já conquistamos muito, estamos jogando muito conectados em apenas 5 meses de time. Sabemos que ainda temos muita coisa para melhorar e precisamos de tempo, mas sabemos que se continuarmos nessa pegada a gente vai continuar muito bem.”
3. Falando agora do Major atual, vocês começaram com uma derrota para a surpresa Spirit, reagiram contra a Liquid e a BIG, mas teve o revés contra a NiP, selando a classificação contra a G2, atual vice-campeã de Major. Como você avalia a trajetória de vocês até aqui? Qual foi a análise com relação a esses jogos?
“No primeiro dia tivemos duas melhor de um, contra a Team Spirit começamos o jogo muito bem, só que começou a desandar um jogo, perdendo um ou dois rounds, tivemos dificuldade nos pistols, por exemplo, no jogo contra a NiP perdemos todos os pistols, então é muito importante vencer pistol, principalmente contra time grande. Mas o jogo mais importante até aqui foi a derrota contra a NiP, que foi um dia off de todo mundo, a gente tentou várias coisas, a vibe do time tava boa, mas a gente perdeu os pistols e não tivemos um momento nosso no jogo. Estudamos eles, mas eles estavam fazendo outra coisa, então foi muito difícil. Após o jogo, a equipe conversou, aprendeu muita coisa, o que deu errado, para ficar bem contra a G2 após a derrota de 2 a 0. Nós sabíamos que não eramos aquele time, somos o time que ganhou da G2 ontem e é aquele time que tem que ser. Então esse foi o momento mais importante para nós.”
4. Por fim, agora que conquistaram a classificação para os playoffs, vocês se sentem que da para chegar? Estão preparados para serem campeões?
“Desde os últimos campeonatos que estamos jogando, a gente vem bem confiante, principalmente eu mesmo, jogamos contra os grandes e vimos que da para ganhar. Antigamente ficava com aquele sentimento ruim, mas hoje a gente sabe que da para ganhar. Estamos bem confiantes, pegamos Team Spirit amanhã, se passar é FaZe ou NiP, dois times que conhecemos e gostamos de jogar contra. Mas não existe jogo fácil, nunca teve, por isso temos que fazer o nosso melhor, focar no nosso. Se jogarmos como jogamos contra a G2, com vontade, acredito que conseguimos fazer história e ganhar o Major.”