Finalmente, temos a aguardada 2ª temporada de Tower of God. Que legal, após quatro anos teremos finalmente a continuação do anime que estranhava de início, mas acaba conquistando mais admiradores com seus traços grossos que mais pareciam pinturas de um Manhwa.
Na questão da história, a segunda temporada de Tower of God trouxe mudanças significativas e para lá de interessantes. Após um salto de seis anos, o protagonista Bam adotou o pseudônimo de Jue Viole Grace, estando quase irreconhecível para muitas pessoas (principalmente quem não leu a obra original).
Bam, ou Jue, agora é um membro da FUG, um sindicato do crime que se opõe a Jahad, a família poderosa que domina a monarquia da Torre. Um mistério que seguimos sem o pleno conhecimento, reforçado pela longa demora entre as temporadas.
Outra mudança significativa é a história que agora possui como co-protagonista Ja Wangnan, um jovem atrapalhado e malandro que tem como objetivo subir a torre e realizar um grande sonho.
Se não fosse o nome, a série poderia passar como algo novo para um espectador menos atento. Além das mudanças significativas na história, a decisão da Crunchyroll e dos envolvidos na 2ª temporada em modificar diversos elementos que destacaram a temporada de 2020 trouxeram sérios problemas.
Um novo estúdio de animação para Tower of God
Vamos começar falando logo do “elefante na sala de cristais”? A série sofreu uma mudança significativa na produção e desenvolvimento da animação. A produção da segunda temporada passou do estúdio Telecom Animation Film para o The Answer Studio.
Lembra do estilo único que falei um pouco mais acima? Esqueça! O estúdio Answer foi escolhido para substituir algo que era muito bom. Especializado em dar suporte para outros estúdios em diversas animações, o estúdio em questão nunca foi um excelente produtor de trabalhos memoráveis.
Muitos dos créditos do Answer Studios dizem respeito ao suporte para outros grandes estúdios, a exemplo do A-1 Pictures, CloverWorks, Passione e Bones. Trabalhou em excelentes obras como Blue Exorcist, Attack on Titan e Black Butter, mas sempre como suporte.
O estúdio não atendeu as expectativas com a nova temporada de Tower of God, fornecendo uma animação rasa e mudanças significativas nos elementos da história e como eles são contados no anime, trazendo uma abordagem diferente e até monótona em relação à obra original.
A direção do anime agora está nas mãos de Akira Suzuki, que já trabalhou em muita coisa boa a exemplo de Space Adventure Cobra (1982), Mahou Shoujo Nanoha (filme de 2017), Lupin III (2012) e diversos outros animes.
Apesar da vasta experiência, decisões erradas na animação como ângulos, traços e elementos visuais e narrativos colocaram a perder algo que se destacava na primeira temporada.
Talvez as mudanças ocorreram por um baixo orçamento no projeto. No episódio 3 podemos evidenciar o foco em diversos closes de olhos, uma clara ação que visa economia de animação. Foi algo que se repetiu nos primeiros episódios da nova temporada, mas ficou escancarado posteriormente.
A animação está muito pobre em relação à primeira temporada. Um fato quase que incontestável.
O longo hiato da animação e decisões de roteiro dificultam criar simpatia por qualquer personagem
Aqui está outro ponto que qualquer fã pode perceber ao assistir a segunda temporada e compará-la com a obra original (ou até mesmo os episódios de 2020). Além do hiato na vida real, Tower of God possui um “timeskip” de seis anos entre as duas temporadas.
Muita coisa mudou, com Baam e sua nova identidade de Jue e o novo protagonista Ja Wangnan. A história original de Tower of God traz uma descrição precisa de muitos acontecimentos, com informações importantes sobre cada personagem sendo passada a conta gotas, mas fluindo de maneira que prenda o leitor.
Mas agora, com a segunda temporada, somos jogados de cabeça na história, sem nenhuma grande informação sobre o que de fato aconteceu com Baam. O mesmo ocorre com Ja Wangnan, que é o novo protagonista… E é isso! Nada de interessante apresentado até agora, inclusive para os coadjuvantes.
A chefe de roteirista e responsável pela composição de série, Erika Yoshida, trabalhou na primeira temporada e voltou para a continuação de Tower of God. Porém, a mesma não conseguiu passar nem perto de entregar um trabalho primoroso como na primeira temporada. Diálogos espaçados, foco em conteúdos irrelevantes e pobreza nas falas colocam tudo a perder se somarmos com uma animação muito mais fraca.
Um verdadeiro desperdício de projeto.
Vamos continuar assistindo para ver até onde vai…
Okay, apesar de termos chegado ao 3º episódio da nova temporada de Tower of God e já desaprovamos, ainda podemos dar uma pequena chance para a produção. Mesmo que narrativa fraca, a história original do Manhwa e Webtoon é surpreendente. Caso não tenha gostado, pode ir para as versões originais.
Vamos tentar assistir um pouco mais para ver se o anime de Tower of God melhora (mas não alimento tantas esperanças).
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