Finalmente, o mangá My Hero Academia. Com mais de 10 anos de publicação na Weekly Shōnen Jump, a série tornou-se um dos pilares da revista semanal, tendo seus altos e baixos. A história de Izuku Midoriya conquistou o coração de muitos e formou uma legião de fãs.
Infelizmente, o amor por algo também gera o ódio pelo mesmo, com muitas pessoas abandonando a leitura do mangá ao alegarem que “a obra se perdeu” em um momento X ou Y.
Independente disso, a história criada por Kohei Horikoshi é consistente com os temas abordados por obras da Shonen Jump. Ou seja, a famosa cartilha do Shonen. Temos um jovem que começa por baixo, tentando se o melhor em algo, batalhando para isso, encontrando amigos, crescendo em poder e espírito e etc.
A lista é longa e não precisamos nos estender nisso.
Agora, no dia 4 de agosto, foi publicado o último capítulo do mangá, trazendo o desfecho definitivo para a história (ou quase, já que deixa uma pequena brecha para continuação).
Claro, antes disso, o capítulo vazou e foi compartilhado em site de scans, muitos deles traduzindo falas de um jeito completamente errôneo. Mas o que importa é que todos os fãs, sejam por meios oficiais ou não, conseguiram acompanhar o desfecho de My Hero Academia.
É isso. Acabou! É hora de dar tchau!
Porém, precisamos debater o ódio gerado pelo final da história. Mas primeiro um aviso:
ATENÇÃO: O texto abaixo contém spoilers do mangá e do último capítulo de My Hero Academia (Boku no Hero Academia). Leia por sua conta e risco
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O final da série já estava na nossa cara, só não viu quem não quis
A trama principal foca em Midoriya, ou Deku para os íntimos, o sucessor de All Might e portador do One for All, o grande poder que é o oposto do All for One, que personifica a vilania e maldade do mundo dos super-heróis.
São dois lados de uma mesma moeda, o Yin e Yang um do outro. Kohei-sensei nunca escondeu isso, muito pelo contrário.
Foram dezenas de capítulos de My Hero Academia abordando a origem de ambos os poderes, a formação do mundo heróico e como All for One manipulou tudo e a todos para chegar até o final fatídico. Claro, a luz da esperança sempre esteve com os portadores do One for All, apesar do final trágico de todos eles.
Tudo na obra caminhava para a destruição do All for One, consequentemente, a perda definitiva do One for All. Foi exatamente isso que aconteceu.
“Ah, mas poderia ter um milagre ou um ‘plot twist’ para Deku recuperar os poderes”… Então, vamos lembrar que Kohei passou o final do protagonista na nossa cara e muitos não perceberam.
Afinal, tivemos um All Might sem poderes recebendo uma poderosa armadura no melhor estilo “Homem de Ferro” no meio da Batalha Final. Ou seja, a sementinha para o final já foi plantada lá no capítulo 396 do mangá… Então não foi criada do nada.
Fora a constante menção aos inventores de acessórios e artefatos heróicos, a exemplo de Mei. Então não é nada anormal Deku receber uma artefato para voltar a ser herói.
‘Ah, mas Deku era para ser o maior de todos os heróis em My Hero Academia’
Certo, e quem disse que ele não se tornou? Afinal, estamos falando de uma criança de pouco mais de 15 anos simplesmente dando tudo de si para derrotar All for One, uma força vilanesca com mais de 100 anos de existência.
Com a ajuda dos seus amigos, Midoriya conseguiu a façanha de derrotar o maior vilão de todos os tempos. Claro, com muito suor, lágrimas e sangue, chegando até a perder partes do corpo para conseguir derrotá-lo.
Se isso não for ser o maior herói de todos os tempos, não sei o que é…
Ok, ele não recebeu o reconhecimento por isso. Mas quem disse que todo herói recebe o reconhecimento que merece?
Entretanto, o que mais causa indignação, pelo menos para mim, é quando muitos haters comparam o trabalho de Midoriya como um professor ao de atendente de fast food ou faxineiro.
Nada contra as profissões, mas o protagonista simplesmente seguiu os mesmos passos do seu mentor, All Might, que foi professor na UA.
Uma pessoa que se diga fã de My Hero Academia menosprezando o trabalho de um professor… Bem, desculpe, mas é possível que você tenha pulado várias partes da série ou até mesmo esquecido do sacrifício de professores como Midnight.
Uma pena…
Sim, existem falhas no final do mangá
Também não podemos passar pano e dizer que todas as decisões de Kohei e dos editores da Shonen Jump estavam corretas ao longo da publicação de My Hero Academia. O final mesmo trouxe à tona personagens esquecidos por muito, só para dar um desfecho “digno” para eles.
Enquanto isso, tivemos pouquíssimas páginas para explicar o que realmente aconteceu com cada um dos alunos da UA, ou até mesmo para os colegas mais próximos de Midoriya.
O porquê disso, só os editores da Shonen Jump podem explicar. Mesmo com a avassaladora quantidade de personagens, já era possível pelo menos preparar um desfecho digno para cada um deles durante os 5 últimos capítulos do mangá.
Agora sobre romances e qual personagem terminou com quem… Desculpe, mas acredito que Kohei nunca se preocupou muito com namoros dentro da trama principal de My Hero Academia.
O que disse Kohei-sensei sobre o final de My Hero
“Fiquei tão feliz de estar na Jump! Estou tão feliz por todos que leram minha série. Muito obrigado“, escreveu Kohei Horikoshi para o site da Oricon.
“Eu me sinto surpreendentemente solitário. Eu tenho pensado, ‘Finalmente, eu posso atingir meu objetivo.’ Honestamente, eu realmente não entendo [o sucesso]… Não é humildade. Eu realmente pensei, ‘Por quê?’ Talvez seja porque My Hero Academia continuou por muito tempo.“
Realmente, uma obra que durou por mais de 10 anos merece respeito por parte do público. Misturando os mangás orientais com a temas ligados aos quadrinhos de super-heróis norte-americanos, My Hero Academia é um marco tanto para Jump quanto para os animes e mangás.
Por isso, devemos parabenizar Kohei pelo trabalho ao longo dos anos e não diminuí-lo pelo final não ter agradado uns e outros.