Estúdio de Anime Gainax Declara Falência
O estúdio de anime Gainax anunciou em seu site nesta sexta-feira (07), que entrou com um pedido de falência no Tribunal Distrital de Tóquio em 29 de maio. Os procedimentos de falência estão ocorrendo pouco antes do 40º aniversário do estúdio em dezembro.
Em sua declaração, o estúdio explicou que sua situação financeira piorou a partir de 2012, devido a vários fatores, incluindo a gestão de um restaurante que não atingiu as projeções, o estabelecimento de uma empresa de CG mal administrada, a concessão de grandes empréstimos sem garantia a executivos e a condução de suas operações comerciais como se fosse um pequeno empreendimento pessoal.
A Gainax afirmou que devido às dívidas massivas acumuladas pela gestão, foi removida de comitês de produção após não pagar royalties sendo processada por dívidas e outras questões. Durante esta situação financeira em deterioração, muitas empresas afiliadas foram estabelecidas sob o nome Gainax em áreas regionais, o que levou a muitas demissões na própria Gainax e à consequente perda de capacidade de produzir animação como estúdio.
Essas empresas posteriormente declararam que não estavam relacionadas ao estúdio principal da Gainax, com a Gainax alegando que essas empresas “renunciaram às suas responsabilidades administrativas”. A declaração da Gainax também alegou que Tomohiro Maki, que era seu comandante desde 1992, transferiu ações para uma pessoa “sem conhecimento de produção cinematográfica” em 2018, um movimento que teve a aprovação da gestão na época.
Dívidas e problemas da Gainax
Maki foi então preso em dezembro de 2019 por atos indecentes semi-coercitivos, causando à empresa a “perda completa de sua capacidade de operar, ainda estando sobrecarregada com uma grande quantidade de dívidas”. Após a reestruturação da equipe de gestão em fevereiro de 2020, a empresa afirmou que começou a revisar documentos para entender completamente sua situação, com o estúdio Khara como credor.
As empresas descobriram grandes quantidades de empréstimos de instituições financeiras, inadimplências em dívidas com empresas da indústria de animação e a venda e transferência de propriedade intelectual e materiais de produção para outras empresas e indivíduos sem a permissão dos detentores originais dos direitos.
O estúdio afirmou que sua gestão trabalhou com a Khara e outras empresas e comitês de produção para confirmar os direitos das obras e “gerenciar adequadamente” a propriedade intelectual e os materiais dispersos.
No entanto, a Gainax declarou que não conseguiu resolver sua grande quantidade de dívidas e, após ser processada por uma empresa de cobrança de dívidas em maio, decidiu que não poderia mais continuar como uma empresa e entrou com pedido de falência.
A Gainax acrescentou especificamente em sua declaração que não tem nenhuma afiliação atual com Gaina/Studio Gaina e Fukushima Gaina (ambos anteriormente conhecidos como Fukushima Gainax), Gainax International, GAINAX Kyoto, Yonago Gainax, Gainax Niigata e Gainax West. A Khara adquiriu agora a marca e serve como a gestora.
O estúdio também observou que fornecerá notificação sobre o uso futuro das obras que gerenciava após a conclusão dos procedimentos de falência. A Khara também forneceu uma declaração sobre o anúncio.
No comunicado, a Khara afirma que estava ciente da “má gestão e dívidas” há algum tempo, e o cofundador da Gainax e presidente da Khara, Hideaki Anno, expressou suas preocupações ao estúdio e fez propostas para melhorar a gestão da empresa, mas as propostas de Anno não foram aceitas por muito tempo. Apesar de tudo isso, a Khara continuou a aceitar as propostas da gestão do estúdio e forneceu empréstimos de apoio.
A Khara declarou que a situação continuou a piorar e então Maki foi preso em dezembro de 2019. Após a prisão de Maki, Anno solicitou a colaboração da Kadokawa, King Records e do estúdio TRIGGER para “prevenir danos à reputação” de Evangelion e outras obras.
Representantes dessas empresas foram nomeados como diretores do conselho na Gainax e trabalharam para tentar entender a situação e resolver dívidas não pagas aos estúdios, escritores e criadores na indústria de animação. No entanto, quando essa nova equipe de gestão entendeu a situação geral, o estúdio já estava em um estado de insolvência, com dívidas incontroláveis.
A Khara disse que, para “garantir que criadores, autores originais e escritores continuem a gerenciar e produzir suas obras” no futuro, e estão trabalhando com cada comitê de produção para confirmar, organizar e transferir os direitos para empresas ou indivíduos que acreditam ser mais adequados. O estúdio considerou fornecer suporte para aliviar as dívidas, mas decidiu que não seria possível fazer pagamentos suficientes.
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Com informações de: Anime News Network
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