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Skull and Bones
Análise Game Arena
Imagem: Divulgação/Ubisoft

Review Skull and Bones: água na canela

Com um foco apenas em alto mar, a aventura da Ubisoft deixa os jogadores à deriva

Pedro Scapin •
22/02/2024 às 14h00, atualizado há 10 meses
Tempo de leitura: 6 minutos

Mesmo um filler de One Piece é mais profundo que Skull and Bones

Incríveis 11 anos depois de ser anunciado, e passando por uma longa lista de adiamentos, Skull and Bones finalmente foi lançado, levando os jogadores a uma jornada de pirataria em alto mar.

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E após dezenas de horas, que mais se pareceram com os 11 anos em que o jogo esteve em desenvolvimento, chegou a hora de trazer o meu veredito sobre Skull and Bones.

A História

Skull and Bones

Depois de um naufrágio que destruiu um enorme navio, somos deixados à deriva em uma ilha com poucos sobreviventes, e após alguns rápidos acontecimentos, nos tornamos o “capitão” de uma pequena embarcação.

Daí para frente, começa uma jornada de desenvolvimento dentro de um extenso ranking de pirataria, passando pela conquista de fama e da constante melhoria de seus navios.

E é basicamente isso. Não há uma história muito desenvolvida em Skull and Bones, cujo foco, até o momento, é puramente no crescimento do personagem e seu navio, rumo ao loop de gameplay oferecido pelo endgame do jogo.

O Gameplay

Skull and Bones

Você pode estar pensando: “ah, mas se a história não é isso tudo, porque tem um foco maior no gameplay, então deve ser algo realmente muito divertido e profundo, não é mesmo?”.

Errado! Skull and Bones é uma experiência extremamente repetitiva, sem profundidade, e que não faz jus ao propósito por trás da temática do game.

Sendo justo, um dos aspectos mais importantes de algo relacionado à pirataria é a navegação, e essa parte sim é um ponto positivo no game, assim como é a personalização dos navios.

Mas, fora isso, não existe combate fora do navio, o personagem não é capaz de nadar, e as missões são muito tediosas. Mesmo dentro da embarcação, alguns momentos que poderiam ter mais destaque são abreviados por mecânicas rasas de gameplay.

É uma pena ver que um universo que poderia ter um futuro do tamanho do horizonte se resume à navegar para lá e para cá, atacando embarcações e fortes inimigos, e nas intermináveis conversas com NPCs.

Os momentos mais divertidos que tive foram quando me juntei a um amigo para explorar o lado multiplayer de Skull and Bones, mas, não pelas mecânicas em si, e sim por conta da diversão de estar com um conhecido atirando canhões.

Senti muita falta de uma imersão maior no combate, mesmo os momentos de lançar bolas de canhão em navios inimigos me pareceram simples demais. A finalização das batalhas marítimas se resume a uma cutscene, sem, de fato, qualquer confronto entre os piratas.

As inevitáveis comparações com Assassin’s Creed Black Flag, um jogo lançado mais de uma década atrás, também pela Ubisoft, tornam as limitações de Skull and Bones ainda mais evidentes.

A Trilha Sonora e os Gráficos

Skull and Bones beta fechado

Quando a Ubisoft classificou Skull and Bones como “um jogo AAAA”, o mínimo que eu esperava era um produto final extremamente realista e polido.

Mas o que vi nas minhas dezenas de horas de gameplay foram gráficos que já estariam datados na geração passada de consoles, com personagens pouco realistas, barbas e cabelos repletos de serrilhados, e pouca inspiração nos principais locais do jogo.

Isso fica ainda mais evidente por conta da própria proposta do jogo em manter o jogador o máximo de tempo possível em alto mar. Simplesmente não há como buscar muitos elogios para cenários majoritariamente compostos apenas por água para todo lado.

Skull and Bones não tem gráficos exatamente ruins, mas, para um jogo lançado no meio da atual geração de consoles, eu esperava que tivéssemos algo minimamente aceitável para o momento.

No lado da trilha sonora, não fui impactado por algo que me fizesse cantarolar pela casa uma música ou outra do game, nem mesmo as canções entoadas pelos piratas durante as navegações.

Falando da dublagem, apesar de entender o conceito, os sotaques exagerados me tiraram um pouco a imersão dos diálogos. Mesmo que isso funcione melhor em inglês, em português acabou ficando muito irreal, fugindo bastante do que temos em termos de variação na forma de falar o idioma.

Conclusão

Skull and Bones

No final das contas, Skull and Bones se provou uma experiência extremamente rasa e repetitiva. O gameplay é simples demais, com um combate monótono em alto mar, e inexistente em terra.

Em um mundo no qual eu esperava mergulhar de cabeça e me aventurar pelos sete mares atrás dos maiores tesouros piratas, acabei ficando, no máximo, com água na canela.

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