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Escolhas da Redação: os momentos mais marcantes dos games, por Igor Pontes

Escolhas da Redação: os momentos mais marcantes dos games, por Igor Pontes

Confira os 10 melhores momentos da história dos games por Igor Pontes, o responsável pelos Guias de Honkai e Genshin Seguindo os meus consagrados Marcellus Vinícius e Marcelo Ferrantini, essa semana eu que puxo o bonde do Escolhas da Redação, com uma lista com os momentos mais marcantes dos videogames, na minha humilde concepção.

Igor Pontes •
15/07/2023 às 11h00, atualizado há um ano
Tempo de leitura: 15 minutos

Confira os 10 melhores momentos da história dos games por Igor Pontes, o responsável pelos Guias de Honkai e Genshin

Seguindo os meus consagrados Marcellus Vinícius e Marcelo Ferrantini, essa semana eu que puxo o bonde do Escolhas da Redação, com uma lista com os momentos mais marcantes dos videogames, na minha humilde concepção.

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Lembrando que tudo o que o nosso querido leitor for encarar a partir de agora é spoiler de vários jogos que me marcaram. Então, fique avisado que algumas tramas e momentos chaves serão expostos durante esse capítulo do Escolhas da Redação.

Lembrando que é necessário seguir algumas regras, se liga:

1 – Não vale repetir série
2 – É necessário que haja jogos de console e PC
3 – Quanto mais gerações, melhor!

10 — Star Wars: Knights of the Old Republic (A revelação de Darth Revan)

Eu já falei sobre esse momento nos maiores plot twists dos games. Mas não tem como não colocá-lo também no Escolhas da Redação. Revan é um ex-Jedi que liderou a República contra os Mandalorianos, se tornou um Sith e depois se voltou contra a mesma. A trama de Knights of the Old Republic menciona, algumas vezes, a figura do vilão, quase que em um nível mitológico. No entanto, a situação muda de figura em um momento muito marcante, pelo menos para mim.

Darth Malak marcha para cima da equipe do protagonista, e comenta com Bastila sobre como não entendia o motivo da Ordem Jedi deixar alguém vivo dessa forma. Malak pergunta se o protagonista está em busca de vingança, como se ambos fossem bem próximos. Então, o Sith mostra a verdade para o jogador. O Conselho Jedi optou por apagar as memórias de Revan, como forma de convertê-lo mais uma vez para o lado dos Jedi, e, conforme o flashback vai acontecendo, você, que acompanhou tudo o que aconteceu, se sente um completo idiota de não ter visto isso chegando.

De qualquer forma, eu lembro até hoje a reação do Igor de 14 anos jogando KOTOR e basicamente pulando da cadeira e gritando ”NÃO É POSSÍVEL!” quando Revan retira a máscara e revela o rosto do protagonista.

9 — Portal (A batalha contra GLaDOs)

Portal era para ser um joguinho engraçadinho de portais e quebra-cabeças, né? NÉ? Era para ser, mas a Valve tinha outros planos. Ir descobrindo, conforme o jogo avança, que GLaDOs está corrompida, e, até chegar no momento final, no qual o jogador precisa derrotar o robô. A luta pode não ser, em si, algo épico, mas o fato do título dar essa volta toda, e ainda colocar essa lata velha psicótica para cantar uma musiquinha bonitinha nos créditos, é de quebrar todas as expectativas.

Entrei em Portal esperando me divertir e saí de queixo caído, após derrotar um ser completamente maligno e sem nenhum tipo de escrúpulos, que me prometeu um pedaço de bolo e no final era tudo mentira. A cena final, que leva a câmera até os confins da Aperture e mostra um bolo de aniversário com uma mão robótica, mostrando que tinha mais coisa por vir, me atormenta até hoje.

8 — The Walking Dead: Season One (Clementine se despede de Lee)

Cara, esse momento vive na minha cabeça como um triplex com 5 suítes e dois banheiros. Lee torna-se uma figura paterna, e alguém que consegue ter uma breve redenção nesse mundo completamente zoado e distorcido que é um apocalipse zumbi. Cuidar daquela pequena garotinha indefesa era a forma do personagem conseguir se redimir dos problemas que ele causou antes de tudo ir pelos ares. No entanto, The Walking Dead da Telltale te quebra as pernas e entrega um final marcante.

Lee é mordido durante os momentos finais do último capítulo, e cabe ao jogador, controlando Clementine, decidir o que fazer. Matar Lee ou deixá-lo para trás, para virar um zumbi. Esse momento me quebrou demais, de verdade. Ver a garotinha apontando a arma para o homem que a salvou depois de perder os pais, e saber que, a partir de agora, ela está sozinha no mundo, é de partir o coração. Jogos de escolha sempre possuem esses momentos que te tiram o chão, e o final dessa obra-prima não poderia ser diferente.

7 — God of War 3 (Kratos e os Titãs vs os Deuses do Olimpo)

O confronto dos Deuses do Olimpo contra Kratos e os Titãs é algo que nunca vai sair da minha cabeça. Toda a sequência cinematográfica e épica desse confronto é algo que não tem como esquecer. A batalha acontecendo conforme o Fantasma de Esparta vai subindo o monte, em uma investida final contra Zeus, é completamente surreal. E pensar que esse momento aconteceu na geração do PlayStation 3, mostra como a Sony conseguiu extrair o máximo do console nesse jogo.

God of War 3 é um daqueles títulos que você só consegue mensurar o tamanho da importância jogando, e esse momento épico do terceiro game me deixou completamente embasbacado. A luta contra Poseidon em cima de Gaia é difícil de esquecer, principalmente pela magnitude do momento. Esse é, talvez, um dos momentos mais marcantes na franquia para mim, e também nos videogames.

6 — Hades (Zagreus e Persephone voltando para casa)

Hades é um roguelike que subverte as expectativas do que o jogador conhece do panteão do Olimpo, e é uma grande provação conseguir passar pelo Senhor do Submundo, e, depois disso, convencer Persephone a retornar para casa. E depois tanta insistência — e mortes contra Hades — Zagreus recebe a notícia de que a mãe voltaria com ele. A cena de Caronte remando o barco para retornar ambos para casa, com Orpheu e Eurídice cantando In The Blood enquanto os créditos sobem, é magistral.

Esse momento de Hades é extremamente marcante por fechar um arco tão bonito sobre o amor de uma mãe por um filho, um fardo de um pai que não pode quebrar as correntes do próprio destino, e, além disso, revisitar os lugares pelo qual Zagreus penou para conseguir passar durante a jornada, dessa vez, retornando triunfante ao reunir a própria família.

Após muito esforço para vencer Hades várias vezes, sentar e desfrutar os créditos ao som de uma baita música e o sentimento de dever cumprido é inesquecível.

6 — Destiny 2 (A morte de Cayde 6)

Cayde 6 é um dos queridinhos da comunidade de Destiny 2, com toda a razão. O carisma do personagem interpretado por Nathan Fillion é enorme, e devo dizer, o que me convenceu a migrar de Titã para Caçador na sequência da Bungie. Durante a expansão Renegados, o lendário guardião acabou sofrendo uma emboscada, na qual precisou parar uma fuga da prisão e impedir que uma série de inimigos chegassem na Última Cidade.

O Caçador luta sozinho contra uma série de inimigos poderosos, e, sem nenhum tipo de reforço, e o que parecia ser somente um momento mega descolado para os jogadores se divertirem vendo Cayde em ação, tornou-se um dos momentos mais marcantes do jogo. Após perder o Fantasma — fonte de poder que permite aos Guardiões reviverem —, o líder dos caçadores acaba morto, em uma cena emocionante e completamente inesperada. E caramba, como isso me pegou de surpresa, e me deixou extremamente motivado para a expansão.

5 — Life is Strange (o final do episódio 4, Dark Room)

Life is Strange foi citado pelo nosso querido Marcelo Ferrantini aqui no Escolhas, e eu acabei trazendo um momento diferente do jogo que não o final. A sequência que encerra o Episódio 4, Dark Room, é extremamente pesada, com um final que me deixou completamente sem chão e com a cabeça fritando, esperando pelo último capítulo.

Após finalmente descobrirem o que aconteceu com Rachel, Max e Chloe são abordadas por Mr. Jefferson, o professor de fotografia que, até então, era somente um cara legal. Jefferson droga Max e atira em Chloe, matando-a. Esse momento é impactante e me pegou completamente de surpresa, já que eu não fazia ideia de que poderia ser ele o assassino.

A situação me deixou de queixo caído e desesperado pelo que estava por vir no último capítulo. Um dos momentos mais marcantes — e pesados — que eu já presenciei.

4 — Metal Gear Solid 1 (Psycho Mantis lê o Memory Card)

Hideo Kojima, você me paga. Tive a sorte de, quando eu tive o meu primeiro contato com Metal Gear,  já ter um certo conhecimento de inglês para entender boa parte da trama, e, chegando na batalha contra Psycho Mantis, o momento em que ele quebra a quarta parede e conversa diretamente com o jogador colou a minha cabeça no teto.

Quando Psycho Mantis começa a falar sobre Snake, estava tudo bem, mas, meu amigo, quando ele falou sobre Castlevania, o Igor de 13 anos deu um pulo. Como assim o jogo sabia que eu tinha jogado Symphony of the Night? E na hora que Mantis começou a falar comigo, e não com Snake, eu coloquei o controle no chão, e, com ele, o meu queixo. Existem várias experiências interativas que jogos fazem, mas nada até hoje supera a quebra de quarta parede do primeiro Metal Gear Solid.

3 — Final Fantasy VII (Morte de Aerith)

Não tem como fugir. Quem jogou Final Fantasy VII na época tem esse momento marcado na alma. E devo admitir, eu fui um dos que investiu em Aerith como personagem e ficou duplamente desolado ao ver a morte dela, além de saber que perdi um personagem que tinha upado com tanto carinho. Sephiroth é um dos vilões mais transtornados dos videogames, e a forma como a Square-Enix conseguiu passar o peso da morte de Aerith no PlayStation 1, é de tirar o chapéu.

O pior disso tudo, é que a cópia de Final Fantasy VII que eu estava jogando, não era minha, tinha sido alugada. E bem, como não sabia que existia mais de um CD na época – e, espertamente o dono da locadora não me avisou – fui correndo na locadora na esquina de casa alugar o resto para jogar. A sorte é que o dono era um grande amigo, e deu risada quando eu descobri como terminava o primeiro CD. Foi uma experiência extremamente marcante pela época e da forma que aconteceu.

2 — The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom (A Master Sword)

Escolhas Zelda

The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom é marcante por si. Mas, a sequência de puxar a Master Sword no jogo, é algo que vive na minha cabeça deste o fatídico dia que fui atrás da missão de reavê-la. Spoilers bem spoilerzudos a partir de agora:

Chegar na Great Deku Tree, salvá-la da corrupção, descobrir que a espada não está lá, correr atrás das lágrimas, entender o que aconteceu com Zelda, para finalmente conseguir empunhar a espada enquanto voa pelos céus de Hyrule, foi maravilhoso. A cena de Link, em um local que não sabemos onde é – no meu coração é o Sacred Realm – finalmente tirando a espada e sentindo o desejo da Princesa e a missão de derrotar Ganon de uma vez por todas.

Tears of the Kingdom é sobre a resiliência de Zelda em prol de proteger o Reino, e sobre como a esperança da Princesa não está na Master Sword, a espada lendária que destrói a escuridão, e sim naquele baixinho de orelha pontuda que sempre fez de tudo para salvá-la. Como o respeito, devoção e confiança de ambos perdurou por milhares de anos, e o momento no qual Link puxa a espada, mais poderosa do que nunca, é a prova de que o real poder da lâmina vem da esperança de ambos em salvar Hryule. Arte pura.

1 — The Last of Us (A mentira de Joel)

O final de The Last of Us é um acontecimento. A cena do hospital, Ellie contando sobre as pessoas que ela perdeu ao longo da jornada, com ela e Joel tendo uma conversa sincera sobre os desafios que tiveram, até o momento da mentira. Essa cena define o quão longe Joel está indo para salvar a garota, e como ele sacrificou o resto da humanidade para manter Ellie viva, e não perder outra pessoa. Com tudo que ambos perderam ao longo da trama, a mentira, nesse momento, mostra o quão quebrado o mundo de The Last of Us é.

Ellie aceitar o papinho de Joel também diz muito sobre a situação. Ela confia cegamente nele, e não chega a cogitar, por mais zoado e egoísta que seja aquele mundo, que ele não faria a coisa certa. É um voto de confiança da personagem, no homem que virou a figura paterna que ela nunca teve, e, mesmo que ela não acreditasse por completo nas palavras de Joel, ela aceita, por saber o carinho e amor que os dois construíram ao longo da trama.

E aqui, entra muito da atuação de Ashley Johnson e Troy Baker. A expressão, o tom de voz de Joel, não é que ele está jurando algo, e sim implorando, que Ellie não questione. O olhar de tristeza, a voz trêmula, tudo indica que aquilo era uma mentira, mas no momento não importa. O tom frio com o qual Ellie diz ”Ok”, também fala volumes.

Ela aceita a história contada por Joel, mesmo que ele esteja escondendo algo. A garota sabe o quanto ele se importa com ela, e naquele momento, isso basta. Poético, desolador e extremamente humano. 10 anos depois, poucos jogos conseguem dizer tanto com uma troca de palavras entre dois personagens quanto os momentos finais de The Last of Us.


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