A classificação da líder do ranking da WTA, Iga Świątek, às quartas de final foi um dos jogos mais rápidos da história do torneio de Roland Garros. Em apenas 40 minutos, a polonesa aplicou um duplo 6/0 e eliminou a russa Anastasia Potapova em um dos jogos mais rápidos da história do torneio.
Iga Świątek, a rainha dos pneus
Controlando completamento o jogo em todos os fundamentos, Świątek teve um jogo de games rápidos e foi praticamente perfeita no saque, cedendo apenas três pontos à adversária nos seus games de serviço, além de aproveitar seis dos oito break point que teve. Ao fim, foram 48 pontos para a número 1 do mundo e apenas 10 para a #41. Świątek fechou o 1º set em 19 minutos e o 2º em 21.
Esse foi o jogo mais rápido da carreira da tenista de 23 anos. Antes, a melhor marca de Świątek era de 46 minutos, feito alcançado na final do WTA 1000 de Roma 2021, contra a ex-nº1 do mundo Karolína Plíšková – o que foi apenas a 7ª vez na história que um confronto de tenistas que ocuparam a liderança do ranking da WTA terminou em bicicleta (duplo 6/0).
Com a vitória deste domingo (2), Świątek chegou a 90 pneus (set em 6/0) na carreira profissional, sendo o 24º em Grand Slams. Ela também é uma das tenistas com maior proporção de pneus por set jogado, com quase 11% dos seus sets. Só nessa gira de saibro, ela já tinha pneus sobre a espanhola Sara Sorribes Tormo, a brasileira Beatriz Haddad Maia (WTA 1000 de Madrid) e a estadunidense Bernarda Pera (WTA 1000 de Roma).
A última bicicleta, porém, já completa um ano nesta segunda (3). Ainda na 3ª fase de Roland Garros 2023, Świątek aplicou a bicicleta sobre a chinesa Wang Xinyu em 51 minutos, 11 a mais que o jogo deste domingo. Esta foi a 5ª vez que a polonesa aplicou uma bicicleta em Grand Slams, igualando Monica Seles, Maria Sharapova e Conchita Martínez – o recorde é de Suzanne Lenglen e Margaret Court, com 14. A lista segue com Chris Evert (13), Helen Wills-Moody (10), Steffi Graf (7), Kim Clijsters e Mary Pierce (6).
Os jogos mais rápidos da história
Os 40 minutos até representam o jogo mais rápido da carreira de Iga Świątek, mas não marcam a partida mais rápida de Roland Garros. Esse recorde veio na final da edição 1988, com vitória da alemã Steffi Graf sobre a bielorrusa Natasha Zvereva em apenas 34 minutos. Na prática, o tempo de jogo foi ainda menor, com apenas dois momentos de nove e 23 minutos, interrompidos pela chuva.
Até hoje, esse jogo é o único duplo 6/0 em finais de Grand Slam na era aberta e o 2º no tênis feminino, repetindo Wimbledon 1911. E por falar da grama londrina, é de lá que vêm o jogo mais rápido da história o tênis feminino: em 1969, a britânica Sue Tutt precisou de apenas 20 minutos para fechar um 6/2 6/0 sobre Marion Boundy. Mesmo com dois games a mais, o jogo demorou apenas metade do tempo que Świątek precisou agora.
Mas ninguém entendia tanto de vitórias rápidas em Wimbledon quanto a francesa Suzanne Lenglen. Em 1922, foram 23 minutos no 6/2 6/0 sobre Molla Mallory; e em 1925, apenas 25 minutos no 6/2 6/0 sobre Joan Fry. A própria Fry ainda tem uma derrota em 24 minutos em um torneio na grama em Nova Iorque, com 6/2 6/0 para Helen Wills. A grama nova-iorquina ainda viu outra vitória em 24 minutos, com Margaret Court fechando um duplo 6/1 sobre Darlene Hard em 1963.
Entre os homens, o jogo mais rápido em melhor de três sets foi resolvido em 18 minutos, na quadra dura, com vitória do australiano Jack Harper com apenas um ponto perdido no duplo 6/0 contra J. Sandiford, em um torneio no Reino Unido, em 1946. O recorde na era aberta é do espanhol Francisco Clavet, que gastou 25 minutos para fechar o duplo 6/0 sobre Jiang Shan no torneio de Xangai, em 2001.
Em melhor de cinco sets, os recordes também são de Wimbledon. O jogo mais rápido aconteceu há mais de 140 anos, em 1881, na vitória de William Renshaw sobre John Hartley por 6/0 6/1 6/1 em 36 minutos. Na era aberta, o recorde é recente, com vitória do francês Jo-Wilfried Tsonga sobre Bernard Tomic em 2019, com 58 minutos até o 6/2 6/1 6/4.
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